Por Clerisvaldo B.
Chagas, 12 de junho de 2015 - Crônica Nº
1.441
Com a destruição simples, ignorante e arrogante de vários patrimônios arquitetônicos de Santana do Ipanema, Alagoas, quatro deles se mantém de pé. Estão localizados próximos um dos outros no chamado Bairro do Monumento.
Tênis
Clube Santanense. Foto: (Clerisvaldo).
A Igrejinha de
Nossa Senhora Assunção, foi construída como marco de passagem do século XIX
para o século XX. O prédio é curto, delgado e alto, erguido pelo, então, padre
Manoel Capitulino, proveniente de Piaçabuçu que foi pároco de Santana, prefeito
e governador interino de Alagoas. Foi ele como governador que elevou a vila de
Santana à cidade. Como marco do século XIX para o século XX também foi erguida
no morro da Goiabeira que circunda Santana, um cruzeiro de madeira, mudando o
nome popular para serrote do Cruzeiro. Com o monumento da igrejinha, o local
ficou conhecido até hoje como Bairro do Monumento. Nos degraus
daquela igrejinha foram expostas as cabeças dos onze cangaceiros mortos em
Angicos (SE), inclusive a de Lampião e Maria Bonita, em 1938.
Entre 1937 e
1938 o interventor de Santana, Joaquim Ferreira da Silva, construiu um prédio
para se tornar hospital. A dificuldade, depois, para se arranjar mão de obra e
equipamento fez com que o prédio ficasse ocioso até ser ocupado pelo 2º
Batalhão de Polícia de Alagoas que funcionou em Santana a partir de 1936. Esse
prédio construído com mão de obra Fulni-ô (índios de Águas Belas-PE), ficou
ocioso novamente quando o batalhão foi embora. Em 1950, o prédio passou à
escola e assim funciona até hoje.
Ainda no ano
de 1938, o mesmo interventor, Joaquim Ferreira da Silva, junto ao governo do
estado, construiu o Grupo Escolar Padre Francisco Correia, para funcionar até a
quarta série. Foi a primeira escola pública de porte, em Santana. Continua
funcionando na arquitetura original como os demais prédios.
Em 1953, foi
fundado o Tênis Clube Santanense, entre as duas escolas acima citadas,
permanecendo com arquitetura básica até os nossos dias.
Esse quarteto
arquitetônico, tanto faz parte da história santanense quanto da história do
sertão alagoano.
(Fonte:"O boi, a bota e a batina; história completa de Santana do Ipanema" - A)
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