sábado, 23 de maio de 2015

PEQUENA BIOGRAFIA

Por Profa. Dra. Lígia Calado

"A vida é uma coisa que tem de passar, uma obrigação de que é preciso dar conta. Uma dívida que se vai pagando todos os meses, todos os dias."
(Rachel de Queiroz)


Foi tomando de empréstimo estas palavras de Rachel que introduzi, como oradora geral dos formandos, o discurso de formatura, na colação de grau do período 95.1, da Universidade Federal da Paraíba, Cajazeiras, então Campus V. E relendo-as, agora, vejo o quanto o diálogo com a “grande dama da literatura” se mostra pertinente, embora desta vez exposto para refletir sobre um outro propósito que se anuncia.

Antes de falar dele, porém, pediria licença aos que me leem para um breve resgate biográfico. Em Cajazeiras, 1995, e logo após à formatura, obtive a aprovação para assumir a função de professora substituta, lotada no mesmo Departamento de Letras do qual fiz parte enquanto aluna. Era a oportunidade de que precisava para me exercitar numa profissão muito cedo definida por mim: eu queria ser professora universitária e professora de Literatura.

Em ano seguinte, 1996, fui aprovada em seleção de Mestrado para a UFPB, conciliando em princípio o exercício da docência em Cajazeiras e as aulas da Pós-Graduação em João Pessoa. Em 1998, um novo êxito e dos mais felizes: recebi aprovação e classificação em concurso público de provas e títulos, garantindo assim, e de forma efetiva, um espaço de atuação dentro da minha Universidade de origem.

Óbvio que fiz concurso para ser professora, pois é para o preenchimento de vaga nesta ocupação que, em princípio, chegamos às instituições de ensino. Só que, para além do ensino, o exercício da docência exige de nós outros compromissos importantes como a Extensão, a Pesquisa, a Administração. Fui assumindo cada um, à medida que foram surgindo na carreira exercida, e procurando imprimir neles a seriedade, a responsabilidade e a dedicação com que busco tratar o que considero tutela da obrigação. 

Aqui citarei, como não se trata de uma apresentação do Lattes, apenas uma ou outra atividade, das que mais marcaram o meu desempenho na função. Da sala de aula, talvez os alunos mesmos possam dela falar. Da Extensão, a coordenação, e por vários anos, do projeto “Tempo de madureza”. E com status de programa da instituição, uma vez que ele foi absorvido à época pelo PIATI (Programa Interdisciplinar de Apoio à Terceira Idade), o que implicava, inclusive, o planejamento e a administração de recursos advindo do Programa. De modo que, se hoje, dada a expansão dos cursos de saúde em nossa cidade, se espalham as propostas de atuação de Terapia Ocupacional e outras, no Lar dos Idosos e no Abrigo Lucas Zorn, é com muita satisfação que contamos em nosso currículo com a experiência de estarmos entre aqueles primeiros que se dedicaram, e sob a tutela da UFCG, a tão gratificante tarefa.

De Programa de Pesquisa, citarei o exemplo da Iniciação Científica (PIBIC), cujo orientando à época, Marcílio Garcia de Queiroga, desenvolveu um projeto nosso, e de maneira tão otimizada que resultou daquele um projeto próprio, submetido com êxito à seleção de Mestrado na UFPB. Mais tarde, uma ramificação também para o que constituiu o projeto que submeti e desenvolvi em pesquisa de Doutorado, concluído em 2010. O então bolsista hoje é, como todos sabem e porque fez por merecer, colega de Unidade. E embora esteja em área diferente do que atuou em parceira de pesquisa conosco, também traz no currículo dele a premiação que recebemos do melhor trabalho desenvolvido em Literatura, naquele ano de vigência do Programa.

Paralelas a estas, fomos assumindo Atividades Outras e de relevância como: orientações de monografia de especialização, bancas de defesa (Monografias), orientação de monitoria, publicações de artigos e capítulos de livro, representações de área, presidência de comissões no âmbito da Unidade, representação de curso nos colegiados, membro organizadora de ventos acadêmicos e científicos no CFP, membro corretora, e por vários anos seguidos, da prova de redação da COPERVE e da COMPROV, assim como elaboradora da prova de literatura do vestibular da UFCG em 2005. Desta última experiência, resultando, inclusive, as várias falas proferidas em eventos, e registradas em anais publicados, discutindo o aproveitamento da disciplina de Literatura na prova do ENEM.

Na Pós-Graduação, tanto ministramos disciplina, como, em parceria com outros colegas da Unidade, elaboramos para a submissão à CAPES projetos para a Criação do Mestrado no CFP (tanto Acadêmico quanto Profissional), assim como participamos de Banca de Defesa de Dissertação pelo PPGL/UFPB. No momento temos agendado, ainda dentro deste Programa, mais duas participações enquanto membro de banca: sendo uma para Exame de Qualificação (Mestrado) e outra para a Defesa do trabalho final.

Na Administração, fui Vice-Coordenadora e Coordenadora do Curso de Letras, em mandatos consecutivos. E em 2010, recém-chegada do Doutorado, fui indicada e eleita Coordenadora Administrativa da Unidade Acadêmica de Letras, em Gestão que se estendeu até dezembro de 2012, próximo passado. Todos, é preciso que se diga, com mandatos completos, honrando, como tem que ser, o compromisso firmado com aqueles que nos confiaram a responsabilidade da função.

Como Coordenadora Administrativa e como Conselheira da Administração (CONSAD) pudemos, por sua vez, e de maneira mais próxima e incisiva, participar da gestão executiva do CFP. Experiência sem dúvida fundamental para o que hoje temos de conhecimento sobre a organização política e acadêmica do mesmo.

Obviamente tomar conhecimento da gestão do Centro não é o mesmo que tê-la vivido, de forma mais pragmática. De modo que é para ela que agora nos apresentamos. Não como projeto pessoal, afinal não somos candidata de nós mesmos, mas como conseqüência de um processo iniciado tempos atrás e que, mesmo sem ser esta a intenção primeira, gradativamente fomos nos preparando.

Não haveria risco em, quando efetivada e se dividindo entre as aulas ministradas em Cajazeiras e as aulas assistidas no Mestrado em João Pessoa, não darmos conta nem de umas, nem de outras? E o risco de escrever e defender uma Dissertação sem nos afastarmos da sala de aula, não existia? Quer risco maior do que nos afastarmos do Centro para cursarmos um Doutorado na UFRJ, considerada uma das ilhas de excelência neste país? Poderíamos sempre não ter nos adaptado, não sermos aceita pelos colegas ou, o que nos parece mais grave, pressionada pelo critério de qualidade não ter dado conta, e em tempo hábil, da tarefa que para lá nos levou?

Profa. Dra. Lígia Calado. Natural de Pombal/PB. Docente do Curso de Letras/UFCG/CFP.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

Se você gosta de ler histórias sobre cangaço clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

3 comentários:

Unknown disse...

Obrigada por aceitar a publicação sugerida pelo amigo Romero. Na verdade, um texto que tornei público a primeira vez em 2013, quando, me apresentando, disponibilizei meu nome à sucessão administrativa do Centro de Formação de Professores da UFCG/Cajazeiras. Relendo-o agora e passados os motivos primeiros que lhe deram origem, encontro, por fim, um "flasback" gostoso, pelo menos eu ainda acho, do muito que foi vivido. Sem desconsiderar, é fato, a possibilidade admitida para revisitar a mim mesma (rs rs)... Muito bom dividir a nossa experiência com outros. Continuo orgulhosa de tudo o que foi construído até aqui, de modo que, se tivesse a oportunidade de passá-la a limpo, não mudaria nada. Deixava tudo exatamente como aí está. Este sentimento por si só não tem preço. Passe o tempo que passar. Obrigada mesmo!!!
Lígia Calado

Unknown disse...

Parabéns pela pessoa de sucesso que és Ligia.. Exemplo a ser seguido por muitos de seus discentes..

Unknown disse...

Parabéns Ligia por ser essa mulher de sucesso.. És exemplo a ser seguido por seus discentes.