sábado, 23 de maio de 2015

PROBIDADE

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

É brio, correção, lealdade, consciência, caráter, equidade, pundonor, seriedade, respeitabilidade, integridade, honradez, honestidade, dignidade, decência, decoro, retidão, aprovação.
                       Francisco de Paula Melo Aguiar

Quando criança ouvia meus pais falar em uma tal de probidade, como sendo sinônimo de compromisso e honestidade pessoal. Com o passar dos tempos, aprendi que essa palavra de origem latina vem de "probitas", do radical "probus", significando que é aquele que cresce retilíneo (pro-bus", como "super-bus"), que segundo a epistemologia, era tal definição aplicada as plantas. Com o passar dos séculos, diante de experiências vividas pelo ser humano, tal conceito passou também a ser usado em sentido moral, dando origem a provo, reprovo, aprovo, etc. Atualmente entendo  que probidade é a atitude de respeito em termos totais aos bens e direitos alheios, portanto, isso constitui o ponto primitivo e essencial para aquilo que chamamos de integridade do caráter do ser humano. Assim sendo, o homem chamado de probo é firme em suas ações e atitudes, especialmente nas promessas que faz, sendo sempre sincero para com os outros, de modo que seja incapaz de se aproveitar do momento, da oportunidade, da ganância, da arrogância, da ignorância e bem assim da fraqueza alheia, tendo em vista sua posição superior e ou inferior de momentos de sua vida em qualquer sentido da palavra. Isso portanto, em termos profissionais, conota a ideia de honestidade em termos do perfil de competência do individuo no exercício pleno, parcial, semiparcial e não ao simulacro no exercício de uma determinada função social, intelectual, familiar, acadêmica, administrativa pública e ou privada. É ter as mãos limpas no cartório e nas relações internas e externas em todo o seu pensar, do ser e do ter com originalidade laboral.
                
Com o passar dos tempos fui tomando conhecimento da vulgaridade que representa cada ser humano, quando em crise de total desequilíbrio pessoal, funcional e emocional, conduta histérica, procura dá conceitos improváveis contra a dignidade de outras pessoas que direta e ou indireta não lhes são servíveis para certas e determinadas condutas corruptas, o que configura falta de probidade de seu ser, tudo porque o céu e o inferno tem princípio e fim dentro do eu de cada ser humano para si e desumano para suas vítimas diretas e indiretas, dentro do relacionamento causa e efeito temporal. O discurso humano individual representa uma ideologia intelectual, seja ela pessoal e política, isso tanto no tocante a religiosidade quanto a política da vida prática de cada um. Quando um cachorro está com um osso agarrado na boca, o próprio  dono dele, se tirar o osso da boca dele, será inevitavelmente mordido, isso significando reprovação e/ou reprovo, uma espécie de puxão de orelhas e/ou uma crise interdisciplinar em termo comportamental do ser racional e do próprio ser irracional. A ideologia do querer mais a qualquer preço está presente nos seres racionais e irracionais. Vem daí o pecado perante a religiosidade e o crime de improbidade, segundo a legislação em vigor. O ser humano não é diferente, quem em muitas pedras mexe, uma pode cair na cabeça e poderá nem saber quem a jogou a pedra contra si. Tem um ditado antigo que diz que um dia é caça e outro dia é do caçador. Danado é o ser humano Sempre querer ser caçador e nunca a caça. O provo, reprovo, aprovo, etc., não mudou de cor e /ou de conceito em qualquer idade que a historicidade da humanidade já conheceu e conhece. Os costumes individuais e coletivos dos seres humanos vem sendo influenciados com a lei de levar vantagem em tudo e aproveitar a oportunidade para desgraçar o outro. É a lei do quanto pior melhor e ou da política de terra arrasada, uma espécie de cortar e queimar tudo que interessa ao outro ser, isso envolve o destruir qualquer coisa e ou ser  que venha e ou possa ser proveito ao inimigo enquanto aquele avança  e/ou recua em um determinado paradigma e/ou área que envolva o ser e o ter. O discurso na teoria é a construção do bem comum e na prática o discurso é para desconstruir o perfil e a personalidade do outro que tem  brio, correção, lealdade, consciência, caráter, equidade, pundonor, seriedade, respeitabilidade, integridade, honradez, honestidade, dignidade, decência, decoro, retidão, aprovação. É o mesmo que pedir esmola de um copo com água na terra de Canaã. E até porque “a probidade, que impede os espíritos medíocres de atingir os seus fins, é mais uma forma, para os astutos, de conseguirem o que querem”, conforme enfatiza Luc de Clapiers, Marquis de Vauvenargues¹. Isso é não ter brio, correção, lealdade, consciência, caráter, equidade, pundonor, seriedade, respeitabilidade, integridade, honradez, honestidade, dignidade, decência, decoro, retidão, aprovação. É o lado oposto da dignidade mínima que se espera de cada ser enquanto se diz humano.
                
A teoria da terra arrasada tem como exemplos maiores: a tática usada pelos russos contra a incursão napoleônica e hitlerista em seu território, que consistia em avançar para o interior do país e o que fosse encontrando pelo meio do caminho, de alimentos a acomodações, era para destruir tudo. Essa foi a tática também usada tanto nas Guerras Napoleônicas. Recentemente o intelectual José Saramago, acusou as FARC de usar a mesma tática em suas incursões e/ou seja comparou aquele movimento guerrilheiro colombiano a mesma metodologia de guerra usada pelos exércitos medievais que promoviam a terra queimada por onde passavam.
               
Assim sendo, todo e qualquer negócio e ou atividade do ser humano individual e/ou coletivamente deve ter como princípio fundamental  a ideia de que “negócio jurídico é, em consequência, o instrumento por excelência da vida econômica e social e os preceitos legais”, segundo Gomes² (1977, p. 300), pois, somente assim se pode entender que cada indivíduo no âmbito vivencial, funcional e social em termos de valores, significando aprovo, reprovo e/ou boa fé até que se comprove o contrário sobre cada individuo e ou ser de uma sociedade gananciosa como a do século XXI. A vida é um balcão de negócios em qualquer sentido na acepção nua e crua da palavra para uns e para outros não, resta apenas a sociedade entender cada instante vivenciado diante das negociatas oficiais e oficiosas, o que isso representa e/ou significa tudo em termos de vantagens pessoais e ou grupais, menos de boa fé e por extensão “reprovo” e “aprobo”, vem daí a dicotomia da teoria de Deus e o Diabo, de feio e de bonito, de bom e de ruim, de competente e de incompetente, de certo e de errado, de plantar para depois colher, de ser estudante para depois ser professor, do agradar e do desagradar, de céu e de inferno, de justiça e de injustiça, etc. Na hora em que o povo nada tem, a começar pelo endividamento excessivo interno via o dinheiro de plástico e externo via as negociatas oficiais e oficiosas dos governos, seja público e ou privado, vem a depressão em todos sentidos e isso é a política de terra arrasada em qualquer nível de governo em qualquer parte do mundo, nasce aí a hiperinflação financeira, econômica e até mesmo de comportamentos pessoais de quem governa de ficar jogando para fulano e para beltrano o está errado no mundo presente. Tudo que não dá certo foi o governo anterior o responsável, quando o Brasil, por exemplo, estava tudo indo muito bem em céu de brigadeiro e agora ao povo resta apenas o chavão da canção:... e agora José, segundo Carlos Drummond de Andrade³...

² Cf.: GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1977.
³ Cf.: E agora José. In.: < https://www.youtube.com/watch?v=CaexXJ6UFnw > . Página visita em, 22/05/2015.


Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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