sábado, 30 de maio de 2015

A OUTRA FACE DOS CANAVIAIS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 29 de maio de 2015 - Crônica Nº 1.431 

Por motivos diversos muda-se a paisagem de mais de quatrocentos anos, forte, verde e extensa dos canaviais das Alagoas.

Plantação de Eucalipto. Foto: (ciflorestas.com.br).

A Zona da Mata alagoana da Saccharum officinarum L. desde os tempos das invasões holandesas, sempre havia sido o Nordeste rico das elites, dos antigos senhores de engenho, atuais usineiros, proprietários de terras da matéria-prima. A falência dessa classe produtora gerou no passado a chamada “guerra dos mascates”, entre os falidos e os portugueses ricos agiotas.

Cenário forte do escravismo durante centenas de anos, também foi símbolo de prepotência, crimes absurdos e mão de obra contemporânea, extensa e explorada.

Os canaviais ainda representaram o poder político no estado, tanto do executivo quanto do legislativo.

Não sabemos se estamos vivenciando uma nova falência da Saccharum, todavia, o verde escuro da cana-de-açúcar vai cedendo lugar ao verde pálido da silvicultura na foto do eucalipto. No estado, já é uma realidade a mudança paisagística, mas não se tem certeza como ficará o cenário de um futuro de dez ou quinze anos.

Baseado em técnicas agrícolas modernas, esse tipo de plantio vai ocupando a terra em formação florestal silenciosa, ilustrando a planície costeira (tabuleiros) morros, colinas, barrancos e depressões.

Se a alternativa não fosse boa para os proprietários, não aconteceria o plantio, como é óbvio. Para o estado, só o tempo dirá. Para o povo, talvez, se os canaviais fossem substituídos pelos grãos básicos da alimentação brasileira melhorasse bastante diante das toneladas a mais.

De qualquer forma, a geografia econômica do estado vai mudando com a plantação desse produto de origem australiana. Adiante veremos o resultado geral do chamado “deserto verde”.


Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário: