Por Clerisvaldo B.
Chagas, 18 de dezembro de 2014 - Crônica Nº
1.327
Foto:
(folhadeexu.com.br).
Nunca mais
havia assistido uma produção tão grandiosa, como a que passou ontem à noite na
Rede Globo de Televisão. Pego de corpo aberto, deixo tudo e corro à poltrona
para examinar a homenagem a Luiz Gonzaga e a seu filho Gonzaguinha. Nem havia
jantado ainda, mas diante da perfeição do que via e ouvia, não quis me levantar
da poltrona nem para um café pequeno, coisa que faço habitualmente várias vezes
ao dia.
Foto: (dzai.com.br.).
Tudo foi
maravilhoso. Parecia uma grande produção americana sem nada dever a eles. Os
vários atores, desconhecidos para mim, foram perfeitos, todos. Não houve um só
intérprete que merecesse uma única observação negativa da minha parte. Gonzaga,
Gonzaguinha adulto, Santana, Januário, o coronel, as duas mulheres de
Gonzaga... Tudo de primeira linha, tudo divino. O garoto que fez o papel de
Gonzaguinha, quando pequeno, foi fenomenal, levando-me a encher os olhos d’água
várias vezes com direito ao chamado nó na garganta. Nem posso dizer quem fez o
melhor papel, todos foram espetaculares. Não gostei da Helena, a segunda mulher
do Gonzaga, apesar do nome da minha mãe e o mais angelical de todos os nomes
femininos, perdendo apenas para Maria. Não falo da atriz, mas da própria Helena
interpretada, seca, frustrada, como uma velha solteirona intragável.
Do que eu
conhecia sobre a literatura de Luiz Gonzaga, a película foi fiel. E a
apresentação do meu querido, amado e idolatrado sertão nordestino, foi demais.
A paisagem do sítio de Januário. A casa, os jumentos, o açude, a vegetação,
caminhos sem fins, os vaqueiros, capangas, coronel, feira e festas, grudaram-me
na poltrona e quase não saio, emocionado, quando chegou ao fim.
Não estou, no
momento, procurando elogiar os homenageados, mas sim, a magnífica produção
apresentada. O único momento de risos foi com a cena dos seus companheiros
improvisados, “Custo de Vida” e “Salário Mínimo”, o anão.
Parabéns aos
cineastas brasileiros por tanta qualidade refletida na tela. Valeu por tudo que
assisti durante 2014.
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