Por: Clerisvaldo B. Chagas, 1º fevereiro de 2013. - Crônica Nº 958

OS COQUEIROS
Faz bastante
tempo que o artista plástico Roberval Ribeiro, hoje empresário, elaborou um
quadro interessante. O artista inspirou-se numa paisagem que havia às margens
do riacho Camoxinga. Havia ali uma fileira de três ou cinco coqueiros
finos, altíssimos e maltratados. Estavam noamplo terreno que fazia fundos do
casarão do Padre, depois cônego José Bulhões. Esse local já foi
matadouro municipal ao ar livre, margeado à distância por casas de prostituição.Ribeiro
retratou a paisagem natural em tela miúda, ocasião em que na hora do
acabamento a tinta embolou em certa região do quadro, deixando o pintor
aborrecido. Não havia como consertar. Quando eu esperava que Roberval
fizesse o que os escritores fazem quando não se agradam do texto escrito por
eles - lixeira - o homem fez diferente. Adicionou o seu quadro à coleção
de vendas. Vi imediatamente que a tela da pintura defeituosa se tornaria
histórica e nem sei porque não a adquiri. Foi feita uma exposição por
Roberval Ribeiro em Santana do Ipanema (homem que produziu histórias
em quadrinhos e expôs em várias partes do Brasil e do estrangeiro os seus
trabalhos), noite em que todas as telas foram vendidas, inclusive, àquela.

(Ilustração de coqueiro - Wikipédia)
As
sucessivas administrações municipais, por isso ou por aquilo, foram
deixando que o acervo histórico do município fosse sendo lapidado, corroído,
extinto. A casa do padre José Bulhões, como exemplo, personagem que
marcou época em Santana, ruiu pelo abandono. O lugar retratado na tela do
santanense transformou-se em paisagem urbana, quando ali na terra dos
coqueiros surgiu o Bairro Artur Morais, originário da compra do terreno e
doação aos pobres na gestão do prefeito Paulo Ferreira. A área enorme
quintal do padre, matadouro de bovinos chamado Matança, antigo cabaré, foi
totalmente preenchida em pleno centro da cidade. Como saber, então, como era
antes esse local vendo o quadro tão diferente, do pintor? Por uma
parte da parede inconfudível dos fundos do Mercado de Carne.
Meu
vaticínio se concretizou. Não tendo fotografias da época da paisagem
natural, a tela defeituosa tornou-se relíquia para a história de Santana. Seria
bom que a prefeitura, através do Departamento de Cultura, pudesse
adquiri-la e a doasse ao Museu Darras Noya com o histórico merecido. Ah,
sim! Você deve estar querendo saber a quem pertence hoje esse trabalho.
Não sei. Mas tenho quase certeza de quea tela foi comprada na exposição pelo
comerciante Benedito Pacífico, proprietário do "Biu's Bar e Restaurante",
Rua Delmiro Gouveia, em Santana do Ipanema. Diretor de Cultura Fernando Valões, vamos
procurar OS COQUEIROS.
Autobiografia
CLERISVALDO B.
CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA –
CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico
Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios,
Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela
ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema
(romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval
do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do
Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado
– 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão
Brabo CD (10 poemas engraçados).

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras
inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda
Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana
do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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