terça-feira, 9 de outubro de 2012

A FORÇA DE CRISTÓVÃO

Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 881(*)
Clerisvaldo B. Chagas

A FORÇA DE CRISTÓVÃO

Nada inspirador encontrado no mundo global, a pena se volta para a região com suas nuances políticas e festas de santos. Aliás, nada melhor de que uma festa bem animada de um padroeiro para sarar as feridas abertas da política que gargalha e atraiçoa. A Paróquia de São Cristóvão, com sede no Bairro Camoxinga (nome indígena), relativamente nova, costuma destacar-se no Sertão alagoano. O festejo tradicional ao santo dos motoristas acontece no mês de outubro, plena primavera, quando atrai multidões para sua abertura e encerramento, principalmente. Nessa ocasião a paróquia tem a oportunidade de trazer a Santana do Ipanema, vários sacerdotes mais novos e veteranos que ficaram famosos na região sertaneja. Assim, os padres convidados são distribuídos nas missas do novenário, cada um com sua noite de celebração. Cada noite, simbolicamente, pertence a alguns segmentos da sociedade, que procuram trazer suas apresentações, abrilhantando as ações bem coordenadas. Os condutores de veículos acorrem em massa, numa procissão movida pela fé no homem que prestava serviços atravessando pessoas sobre os ombros em um riacho.

Igreja Matriz de S. Cristóvão.

O belíssimo início da festa de São Cristóvão está previsto para o próximo dia 11, com a tradicional cavalgada com vaqueiros e a comunidade conduzindo o estandarte do padroeiro. O encerramento deve acontecer no dia 21 com celebração solene eucarística e a presença do bispo diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos. Neste dia, acontecerá a Solene Procissão com a imagem de São Cristóvão saindo da cidade vizinha de Dois Riachos (terra da jogadora Marta) até Santana do Ipanema. Várias ruas serão percorridas pelas centenas de veículos que deverão acompanhar a imagem através da BR-316. As noites estão distribuídas com seus patrocinadores e, ao terminar as solenidades, tem início a parte profana com seus parques, músicas, barracas e movimentos das pessoas que ocupam as ruas adjacentes. Das cidades e povoados circunvizinhos chegam os devotos atraídos pela repercussão da festa. Os padres convidados para este ano são José Neto França, Paulo César Pereira Pinto, Reginaldo Luiz Soares, Monsenhor Josevel Mendes, Monsenhor José Augusto Silva, Henaldo Chagas, Elison Silva, Adalto Alves Vieira, Antonio Marcos Tenório e Thiago Henrique.

Os políticos ganhadores e perdedores terão oportunidade de constatar que quem tem prestígio mesmo é o gigante que transportou o Cristo às costas. O Brasil está convidado para registrar a FORÇA DE CRISTÓVÃO.

Autobiografia

(*) Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).



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