Por Clerisvaldo B.
Chagas, 3 de junho de 2015 - Crônica Nº
1.434
A meninada da
escola do meu neto já me avisou. Vem me fazer uma visita para conversarmos
sobre a seca. Muito bom que a escola mostre a esses pequenos habitantes o
fenômeno climático de fundamental importância no lugar em que nasceram, vivem e
convivem.
Foto:
(gazetadopovo.com.br).
Enquanto isso
também, compartilhamos a tristeza e preocupação pelas previsões meteorológicas
que apontavam maio como o início das chuvas para esse inverno que insiste em
nos driblar. Por escrever tanto sobre o nosso sertão e seus problemas, estou
adotando, as mensagens que chegam afirmando que a nossa literatura representa o
nosso semiárido. Sendo assim, acrescento ao título “Escritor Símbolo de Santana
do Ipanema” ao também “Escritor Símbolo do Sertão Alagoano”. Humildade na
frente, mas com afirmação dos nossos assíduos leitores.
Espontaneamente,
faço como Jesus mandou: servir sempre como fez meu pai e meu avô paterno, cuja
ilustração representa abaixo:
Meu avô, José
Celestino das Chagas, conhecido como Zuza, era proprietário da Fazenda
Trindade, no sítio Poço da Pedra, em Santana do Ipanema. Certa feita uma seca
braba tomou conta da região. Na fronteira de Santana com o atual município de
Carneiros, todas as fontes da redondeza haviam secado, tornando-se comum a
passagem de retirantes pela sua fazenda. O único reservatório de água por ali,
era o açude do meu avô. Todos vinham apanhar água naquela barragem artificial,
até que um dia alguém advertiu a José Celestino da seguinte maneira: “Seu Zuza,
o açude está quase seco. Se eu fosse o senhor não permitiria mais a ninguém
retirar água, pois, poderá ficar sem nada”. E o meu avô, que era um homem
sábio, filósofo matuto e temente a Deus, disse: “Deixe que todos venham a minha
fonte”. A pessoa insistiu indagando: “E se a fonte secar?” Então, o meu avô
Zuza, concluiu: “Quando a minha fonte secar, eu irei com os outros em busca de
novas fontes”.
Vamos rezar
junto aos agropecuaristas pelas fontes de nós todos.
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