sábado, 23 de maio de 2015

Breves reflexões críticas acerca das agressões ambientais de grande envergadura no terceiro mundo

Por José Romero Araújo Cardoso[1] e Marcela Ferreira Lopes[2]

A exploração colonial e neocolonial no terceiro mundo trouxe consigo impactos ambientais formidáveis, sejam a nível de empresa agrícola colonial ou exploração desmedida de extraordinárias reservas de recursos naturais espalhadas em todos os quadrantes.

A partir da redefinição da divisão internacional do trabalho e consolidação de uma nova ordem econômica mundial pós-segunda grande guerra, empresas transnacionais que passaram a atuar diretamente em espaços selecionados da região destacaram-se em diversos momentos pela ausência de compromisso para com o meio ambiente e população local, protagonizando diversas vezes episódios dantescos que marcaram indelevelmente a história de diversos lugares espalhados pelo terceiro mundo.

Favorecido pela debilidade da legislação ambiental, o capital externo vem enfatizando à exaustão maximização de lucros e minimização de custos em detrimento da qualidade de vida da população e da natureza, penalizadas com dureza em virtude que acumulação vem em primeiro plano que o bem-estar de povos que, sem alardes, são vistos com olhares enviesados devido não ostentar caracteres étnicos considerados proeminentes.

Na matrizes, crimes ambientais são punidos com rigor, pois o respeito ao meio-ambiente se mostra mais efetivo que nos países periféricos onde a industrialização tardia e dependente se efetivou enquanto condição importante da nova ordem econômica mundial que vem se firmado enquanto pressuposto à consolidação da ousada fase marcada pela proposta de formação de uma pretensa aldeia global.

Tristes lembranças da falta de compromisso de empresas transnacionais dedicadas ao setor químico, à guisa de exemplo, encontramos em tragédias como a de Cubatão (SP), quando incontáveis vidas foram ceifadas, mesmo antes de nascer, devido inexistência de filtros que evitassem mortíferos agentes poluentes, bem como a de Bhopal, na Índia, quando, na década de oitenta do século passado, vazamento provocado por nítida irresponsabilidade empresarial responsabilizou-se pela morte de milhares de seres humanos.

A velha e decantada concepção de que não existe pecado abaixo do equador nunca foi tão utilizada, principalmente a partir de quando empresas transnacionais começaram a se instalar no terceiro mundo.
Matas nativas cederam lugar a sofisticadas infraestruturas, rios, lagos, mares, solos e atmosfera passaram a ser intensamente poluídos, a extinção de espécies vegetais e animais passou a ser constante a integrar o cotidiano da aflição de ambientalistas e populações inteiras, sobretudo menos favorecidas, de baixa renda, passaram a sofrer extraordinariamente.

A pressão exercida pelo capital externo, por sua vez, tem feito com que projetos ambientalistas inovadores não sejam implementados de forma eficiente, com diversos sendo simplesmente engavetados, recrudescendo impactos ambientais.

A natureza, sábia e soberana, reage inexorável à ação do homem, pois ação e reação estão catalisadas de forma proeminente àqueles que lançam desafios ao que deve ser considerado, de fato, maior patrimônio da humanidade.  

[1] José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UERN).
[2] Marcela Ferreira Lopes. Geógrafa-UFCG/CFP. Especialista em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária-UFCG/CCJS. Graduanda em Pedagogia-UFCG/CFP. Membro do grupo de pesquisa (FORPECS) na mesma instituição.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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