Clerisvaldo B.
Chagas, 7 de maio de 2015 - Crônica Nº
1.425
Em 1926,
Lampião havia conseguido bons armamentos e falsa patente de capitão, no
Juazeiro do Norte. Descobrindo que a patente não valia nada e que a polícia se
recusaria a obedecer a bandido, Virgolino desceu para Pernambuco e penetrou em
Alagoas virado nas seiscentas pestes! Matou um cabo, fez uma varredura na zona
rural de Santana do Ipanema e foi invadir a vila de Olho d’água das Flores no
dia 06 de junho de 1926.
Na cidade de
Santana do Ipanema, um grupo de civis mais os soldados da Cadeia Velha e os
componentes do Tiro de Guerra, passaram a noite numa trincheira de fardos de lã
na Rua da Poeira, mas o peste passou ao largo saqueando o campo.
Entre outros
lugares visitados pelo salteador, estuprador, ladrão e torturador, o bandido
esteve no sítio serrote da Furna. Um grupo do bando chegou à casa de Marinho
Rodrigues de Oliveira e encontraram ali mais o senhor João Alves de
Oliveira e toda a família e parentes perto da hora do almoço. Fizeram ameaças
aos homens e trancaram-nos em um quarto. Marinho fugiu pelas telhas, deixando
um buraco para João Alves passar. Sendo gordo e pesado, João tentava subir
quando foi surpreendido pelos bandidos.
Os cabras, com
raiva, deixaram as mulheres na sala, junto com os filhos e sobrinhos e
reviraram a casa toda em busca de dinheiro, armas, joias, relógios, brincos e
anéis... E trouxeram a roupa da família, vestidos, ternos, camisas... Para
tocarem fogo em tudo.
Nesse ínterim,
entrou o chefe do subgrupo Cajueiro, ordenando que não fizessem nada àquela
família. O cangaceiro Craúna quis se exasperar. Cajueiro foi duro e disse que
ninguém mexeria com as vítimas. Estavam no impasse Craúna e Cajueiro, quando
chega Lampião, e sem tomar conhecimento de nada foi logo dizendo que Cajueiro
tinha razão. Craúna engoliu inturido, e mais na frente perguntou por que
Lampião dera razão a Cajueiro, sem nem perguntar nada ainda. Ele teria
respondido que “toda a vez que vocês estão contra Cajueiro, Cajueiro tem
razão”.
Marinho
Rodrigues de Oliveira mudou-se com a mulher dona Prazerinha e família para à
cidade, tornou-se comerciante no centro e fazendeiro na periferia. Botou a
filharada nas escolas e seu filho Clodolfo Rodrigues de Melo tornou-se o
primeiro médico santanense a clinicar em Santana do Ipanema.
Lampião era a
besta-fera! Já ouviu falar?
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