sexta-feira, 22 de maio de 2015

CELINA GUIMARÃES VIANA ERA PROFESSORA E RETIROU O TÍTULO DE ELEITOR EM 1928, NA CIDADE DE MOSSORÓ, NO RIO GRANDE DO NORTE

Celina Guimarães Viana

Brasileiras celebram 83 anos de uma vitória: o voto feminino

24 de fevereiro de 2015 por Heloísa Jahn

O dia 24 de fevereiro de 1932 foi de grandes comemorações e marcou uma das maiores conquistas das mulheres brasileiras: o direito ao voto. Foi nesta data que este direito foi assegurado no Código Eleitoral Provisório Nº 21.076, por Getúlio Vargas, após uma longa campanha nacional que iniciou antes mesmo da Proclamação da República e foi aprovado parcialmente. Na época, somente as mulheres casadas, viúvas e solteiras que tivessem renda própria podiam exercer o direito básico para o pleno exercício da cidadania feminina no Brasil. O voto irrestrito feminino foi concretizado em 1946. Com esse direito assegurado, as mulheres puderam, além de votar, entrar no mundo político e se candidatar a cargos eletivos. A primeira mulher beneficiada por este direito foi Celina Guimarães Viana, que através do marido pode exercer seu direito como cidadã brasileira em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Após depositar seu voto na urna, Celina Guimarães Viana entrou para a história do país e tornou-se a primeira mulher a votar

Para a antropóloga, Maria Elisa Máximo, não há dúvidas que o voto feminino foi uma grande conquista e talvez a primeira grande conquista no sentido da equidade social. “Isso levou cidadania às mulheres, pra dizer o mínimo. E, nesse sentido, foi uma via importante de empoderamento”, enfatiza. Ela conta que este direito foi importante também para conquistas posteriores, porém se deve considerar dois aspectos. Ao mesmo tempo que animou os movimentos sociais e trouxe outros avanços, como a equiparação salarial e de jornada de trabalho que podem sim terem sido influenciadas pela conquista do voto. “Mas, se por um lado a sociedade se abriu para estes direitos da mulher, por outro lado ela parece ter se fechado ainda mais para outros direitos. A meu ver, o controle masculino sobre a mulher continua sendo exercido no domínio da sexualidade e dos direitos reprodutivos e pra mim é nesta frente que ainda temos muito o que avançar”, afirma.

Celina Guimarães Viana

No início deste ano, a presidenta Dilma Rousseff sancionou cinco leis que instituíam novas datas comemorativas, entre elas está o 24 de fevereiro como a comemoração nacional da conquista do voto feminino. Em Santa Catarina, em 2013 foi instituído o dia estadual da conquista do voto feminino, Lei n. 15.950, em um projeto de autoria do, na época deputado estadual Carlos Chiodini.

Celina Guimarães Viana

De acordo com Máximo, é importante que seja uma data oficial e que os veículos de comunicação colaborem na construção permanente desta memória histórica. “Sobretudo para que as pessoas se conscientizem do quanto demoramos para avançar em certos aspectos. Porque estamos falando de apenas 83 anos. Diante de uma data como esta, a nossa reação deveria ser ‘mas só isso?’.”, enfatiza. Ela completa dizendo que, se pensarmos no histórico de dominação masculina, a conquista do direito ao voto há apenas 83 anos é inquietante. “Serve para nos darmos conta do quanto é importante se engajar na luta pela igualdade. Acho que a mídia e a imprensa brasileira podem cumprir um importante papel na visibilidade destas datas, das conquistas que elas representam e de todas os avanços que ainda precisamos conquistar”, finaliza.

http://ocponline.com.br/noticias/brasileiras-celebram-83-anos-de-uma-vitoria-o-voto-feminino/

Celina Guimarães Viana votando

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Celina Guimarães Viana (Natal15 de novembro de 1890 — Belo Horizonte11 de julho de 1972)1 2 foi uma professora brasileira,3 primeira eleitora do Brasil, nota 1 4 5 6 7 8 ao votar em 5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte.9 10

Era filha de José Eustáquio de Amorim Guimarães e Eliza de Amorim Guimarães. Estudou na Escola Normal de Natal, onde concluiu o curso de formação de professores. E foi nessa mesma escola que conheceu Elyseu de Oliveira Viana, um jovem estudante vindo de Pirpirituba, com quem se casou em dezembro de 1911 e seria seu companheiro para toda a vida. Em 1912 foi para Acari e em 13 de janeiro de 1914 mudou-se para Mossoró.11

Com o advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado que, ao regular o "Serviço Eleitoral no Estado", estabeleceu que não haveria mais "distinção de sexo" para o exercício do sufrágio. Segundo pesquisa do escritor João Batista Cascudo Rodrigues, o histórico despacho foi vazado nestes termos:

Tendo a requerente satisfeito as exigências da lei para ser eleitora, mando que se inclua nas listas de eleitores. Mossoró, 25 de novembro de 1927.

Aprovada a Lei, várias mulheres requereram suas inscrições e a 25 de novembro de 1927. As eleitoras compareceram às eleições de 5 de abril de 1928, mas seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado. Somente com o Código Eleitoral de 1932, é que "o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo…" poderia votar efetivamente.
Quanto à questão de ter se tornado, de repente, a primeira mulher do país a votar, Celina confessou:

Eu não fiz nada! Tudo foi obra de meu marido, que empolgou-se na campanha de participação da mulher na política brasileira e, para ser coerente, começou com a dele, levando meu nome de roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, o meu nome entraria para a história. E aí estão os livros e os jornais exaltando a minha atitude. O livro de João Batista Cascudo Rodrigues - A Mulher Brasileira - Direitos Políticos e Civis - colocou-me nas alturas. Até o cartório de Mossoró, onde me alistei, botou uma placa rememorando o acontecimento. Sou grata a tudo isso que devo exclusivamente ao meu saudoso marido.

Celina Guimarães Viana votando

Embora muitas fontes brasileiras citem também o voto de Celina como o primeiro voto feminino da América Latina, este ocorreu no Uruguai meses antes, em 3 de julho de 1927, na pequena localidade de Cerro Chato, num plebiscito que deveria decidir a qual departamento a pequena cidade deveria pertencer, já que esta fazia parte simultaneamente de três. Para este plebiscito, as mulheres que residiam no local foram convocadas a votar. Rita Ribera, uma brasileira de 90 anos, na época, que vivia em Cerro Chato, foi de fato a primeira mulher a votar na América Latina.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Celina_Guimar%C3%A3es_Viana

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