Sou forte.
Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de
um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão
forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou
gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já,
logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para
a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda
bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir,
sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas
pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando
insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar
criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de
grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio
as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se
der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e
nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com
minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser
racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra:
meu coração. E essa é a melhor parte de mim.
Liberdade e
Grilhões (M. F. L.)
EM HOMENAGEM
AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER (Mossoró, 08 de março de 2015)
Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso.
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