quinta-feira, 5 de março de 2015

BRINCADEIRA ÍNTIMA

Por José Ribamar

Uma brincadeira íntima Lancei ao meu coração Pra ter certeza que amo A mulher que tenho, ou não Sussurrei ao seu ouvido Que a mesma tinha morrido De desgosto, lacrimada, Por sem pensar, ter pensado Que eu havia sonhado Com outra mulher amada. Meu coração perturbou-se Fez uma grande derrama De lágrimas, feito uma mãe Que perde um filho que ama. Chorou feito uma criança Quando perde a esperança Do mingau, chegar-lhe a boca, Confessando em aflição Por ela, minha paixão Nunca foi falsa, nem pouca...
Por não ter sido instruído Pra galantear alguém, Originei o adeus De meu verdadeiro bem. Aqui sem ela bem por perto Virei pedra do deserto Onde o orvalho não cai E o próprio deus da saudade Num ato de caridade Dar-lhe um abraço não vai Desnorteado pediu-me Banhado pela plangência, Que o levasse ao lugar Onde ela, com frequência. Alienada por sábios Rejuvenescia os lábios Que o faziam querer... Desfrutar dos seus desejos Na umidade dos beijos Que provocavam prazer. Quis desfazer o que fiz Pra não vê-lo sofrer tanto, Mas não consegui sucesso E afogado em seu pranto- O meu coração a esmo Dorme viajando mesmo Com ela escorada nele, Pensando que minha bela É uma deusa que ela Enviou pra cuidar dele.

José Ribamar

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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