Por José Ribamar
Uma brincadeira íntima
Lancei ao meu coração
Pra ter certeza que amo
A mulher que tenho, ou não
Sussurrei ao seu ouvido
Que a mesma tinha morrido
De desgosto, lacrimada,
Por sem pensar, ter pensado
Que eu havia sonhado
Com outra mulher amada.
Meu coração perturbou-se
Fez uma grande derrama
De lágrimas, feito uma mãe
Que perde um filho que ama.
Chorou feito uma criança
Quando perde a esperança
Do mingau, chegar-lhe a boca,
Confessando em aflição
Por ela, minha paixão
Nunca foi falsa, nem pouca...
Por não ter sido instruído
Pra galantear alguém,
Originei o adeus
De meu verdadeiro bem.
Aqui sem ela bem por perto
Virei pedra do deserto
Onde o orvalho não cai
E o próprio deus da saudade
Num ato de caridade
Dar-lhe um abraço não vai
Desnorteado pediu-me
Banhado pela plangência,
Que o levasse ao lugar
Onde ela, com frequência.
Alienada por sábios
Rejuvenescia os lábios
Que o faziam querer...
Desfrutar dos seus desejos
Na umidade dos beijos
Que provocavam prazer.
Quis desfazer o que fiz
Pra não vê-lo sofrer tanto,
Mas não consegui sucesso
E afogado em seu pranto-
O meu coração a esmo
Dorme viajando mesmo
Com ela escorada nele,
Pensando que minha bela
É uma deusa que ela
Enviou pra cuidar dele.
José Ribamar
Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso
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