Do G1 Rio
Ele estava
internado desde o dia 3 de fevereiro na UTI. Causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
O ator Jorge
Loredo, o Zé Bonitinho, de 89 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (26).
Ele estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio,
desde o dia 3 de fevereiro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em nota, a
assessoria de imprensa do hospital informou que Loredo estava internado desde o
dia 3 de fevereiro e que a partir do dia 13 foi mantido na Unidade Cardio
Intensiva. "Loredo lutava há anos contra uma Doença Pulmunar Obstrutiva
Crônica (DPOC) grave e um Efisema Pulmunar", disse o texto.
A causa da
morte foi falência múltipla dos órgãos. Apesar da idade, até dois anos atrás o
humorista continuava trabalhando e usando as redes sociais para falar com os
fãs e divulgar sua agenda de shows.
Personagem
"Zé Bonitinho, o perigote das mulheres", como o personagem de Loredo se apresentava nos esquetes de humorísticos, fez parte do enredo "Beleza pura?" da escola de samba União da Ilha, que celebrou a beleza em suas várias interpretações. Zé Bonitinho se achava um galã irresistível, sempre ajeitando a cabeleira com um pente enorme, tão grande quanto seus óculos escuros.
Jorge Loredo nasceu
em 7 de maio de 1925 (completaria 90 anos em 2015) e foi criado em Campo
Grande, na Zona Oeste do Rio de
Janeiro.
A infância e a
juventude foram marcadas por doenças graves para a época: aos 12 anos, com
osteomielite na perna, sofria de dores constantes. Aos 20 anos, com
tuberculose, foi internado num sanatório, situação que acabou por lhe abrir as
portas para a carreira. Incentivado pelos médicos, participou de um grupo
teatral no hospital e descobriu sua vocação para os palcos.
O personagem
Zé Bonitinho foi criado por Loredo, inspirado num colega que se achava um
grande galã. O ator costumava imitá-lo nas festas, arrancando gargalhadas. Zé
Bonitinho estreou na televisão em 1960 no programa “Noites Cariocas”, exibido
pela extinta TV Rio, com os primeiros textos roteirizados por Chico Anysio.
Bordões
Em 2010, ano em que completou 50 anos, Zé Bonitinho continuava na TV, no humorístico “A praça é nossa”. O irresistível personagem tinha bordões inesquecíveis, que Loredo repetia com a voz impostada de um conquistador: "Câmera, close; microfone, please", ou "Garotas do meu Brasil varonil: vou dar a vocês um tostão da minha voz!".
No final dos
anos 50, Loredo já era famoso com o mendigo filósofo que interpretava na TV Rio
no programa “Rio cinco para as cinco’ e depois em “A praça é nossa”, com Manoel
de Nóbrega, a quem o mendigo se apresentava com o bordão "Como vai, meu
nobre colega?".
Loredo em foto
de março de 1999 (Foto: Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
O personagem
usava fraque e cartola, bem esfarrapados, monóculo e luvas. O figurino, segundo
contava Loredo, foi tirado de um filme em Charles Laugthon fazia o papel de um
mendigo aristocrata.
O personagem
surgiu por ideia de sua mãe, que na infância conhecera um mendigo elegante que
ia à sua casa pedir comida, mas queria uma mesa montada na garagem com toalha
de renda e tudo.
O mendigo
filósofo fez tanto sucesso que Loredo teve como padrinho de casamento o
ex-presidente Juscelino Kubistcheck. O que lhe valeu um bordão famoso. Ele
terminava o quadro do mendigo dizendo: “Agora vou encontrar com aquele menino,
o Juscelino...”.
Criou outros
tipos: um italiano que não podia ver televisão porque queria quebrá-la; o
profeta Saravabatana, que andava com uma cobra que dava consultas a mulheres; e
o professor de português que tinha a voz do Ary Barroso.
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