Por Jair Eloi de Souza
A malhação e
execração de Judas, em Jardim de Piranhas, se dava da madrugada de sexta-feira
para a manhã de sábado da aleluia, ao amanhecer lá estava o velho traidor na
forca. Circo montado e ornamentado pelos jasmins tirados do velho cemitério
público, os atiradores já estavam a postos, para "torar" a corda da
forca à bala. Revólveres trinta e oito, vinte e dois, pistolas, espingardas à
rolimã, garruchas antigas, parabélum, em fim era um arsenal para ninguém botar
defeito, contanto, que cortassem a corda da forca à bala. Ao cair o velho
Sicariotas, cujo espólio do vestuário nada tinha de véstia sertaneja, nem de
vestal romana, ficava nos limites de palitó de casimira, gravata Renner e
sapatos fox, no melhor padrão Valentino, que sempre vocacionalmente, ficava com
o negro Pretinho de Antônio Boião, depois de levar muitas lamboradas no
espinhaço. Estava feito o reparo no homem que traíra Cristo nas terras do
Seridó crepuscular.
Fragmentos da
Crônica "A malhação e execração de Judas no Seridó.
(Jair Eloi de Souza).
(Jair Eloi de Souza).
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Francisco Borges de Araújo
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário