Suzane assumiu
ter planejado por meses em companhia do namorado Daniel Cravinhos, e, em menor
participação, do cunhado Christian a morte dos pais.
A ré confessa
pela morte dos pais Suzane von Richthofen, 31, condenada a 39 anos de prisão,
admitiu em entrevista que foi ao ar nesta quarta-feira (25) ter planejado
o crime por meses, junto com o então namorado, Daniel Cravinhos, e o cunhado,
Christian Cravinhos.
Suzane afirmou
ainda terem sido ela e Daniel os principais mentores dos assassinatos,
ocorridos em 2002, em São
Paulo. As declarações foram dadas ao apresentador Gugu,
que estreou seu programa na Record.
"Muita
gente me pergunta se a ideia [do crime] foi minha. Todos dizem que eu sou a
mentora, a cabeça de tudo. Não é verdade, Gugu. Uma cabeça só não pensa em
tudo. É uma junção de tudo, concorrência de ideias. Eu fiz parte, mas os três
bolaram aquilo. Eu acho que o Cristian sabia menos da situação, mas,
infelizmente, tanto o Daniel quanto eu temos culpa nessa parte", declarou.
Em entrevistas
anteriores, Suzane havia apontado os irmãos Cravinhos como idealizadores da
morte dos seus pais, embora o Ministério Público sempre tenha defendido que ela
era a mentora do crime.
Desta vez,
Suzane disse estar arrependida de ter conhecido o então namorado e o
cunhado. "Se eu não tivesse conhecido os Cravinhos, minha vida seria muito
diferente. Mas não culpo apenas eles; onde um não quer, dois não fazem."
Ela também
contou que dentro do sistema prisional há pessoas que não toleram crime
cometido contra os pais e que, por isso, pediu
para permanecer em regime fechado no presídio 1 de Tremembé em
vez de ser transferida para outro presídio onde poderia cumprir regime
semi-aberto, ao qual tem direito e abriu mão.
A Justiça
acolheu o pedido da presa, que pôde continuar trabalhando na oficina de
confecções da Funap (Fundação de Amparo ao Preso) e ter direito à progressão da
pena. A unidade do presídio de Tremembé deve ter uma ala de regime semi-aberto
ainda em 2015.
Em setembro de
2014, Suzane
casou-se com Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de prisão pelo
sequestro e morte de um adolescente em Mogi das Cruzes (SP). O relacionamento
também é apontado como motivo para o pedido de permanência no regime fechado.
Meses antes,
no começo do ano passado, Sandra havia se casado com Elize Matsunaga, 32, presa
pela morte e esquartejamento do marido e executivo da Yoki, Marcos Kitano
Matsunaga, crime que também teve grande repercussão na imprensa.
Perguntada se
teria sido pivô da separação, Suzane disse que Sandrão, como a mulher é
conhecida, deveria responder.
Considerada
por outras presas e funcionárias do presídio como 'muito atraente', Suzane
conta que, há cinco anos, um promotor de Justiça a chamou em seu escritório no
Ministério Público e fez declarações de amor a ela: "Ele disse que
conheceu uma menina com a qual sonhava; e na próxima vez, disse que eu era esta
menina". Ela conta que o denunciou e que esteve em contato com o promotor
apenas para ser transferida ao presídio de Tremembé.
O promotor foi
punido pelo Ministério Público por comportamento inadequado -- ele nega o
suposto assédio.
Família
Richthofen diz
que não vê o irmão Andreas desde 2006, quando aconteceu seu julgamento. Segundo
ela, ele visitava-a quando ainda estava presa em São Paulo, mas que as visitas,
um dia, cessaram. "Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou
estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio de Tremembé, onde
está há sete anos], imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer
um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre".
De acordo com
ela, Andreas não queria se afastar da irmã após a confissão do crime: "Na
época, ele me disse: 'Su, eu perdi meu pai, minha mãe. Eu não quero perder
minha irmã. Eu te perdoo e vou ficar com você'", disse ela ao
apresentador. Ela acredita que um dos motivos do afastamento pode ter sido a
herança, da qual abriu mão em 2014.
Na entrevista, ela
afirmou não ter consciência do valor do dinheiro do qual abriu mão:
"Este dinheiro nunca foi meu. Era dos meus pais e hoje pertence ao meu
irmão", disse. O espólio é avaliado em mais de R$ 3 milhões.
Ainda sobre a
família, Suzane diz sentir falta da mãe. "Eu tenho certeza que ela me
visitaria aqui, como tantas outras mães fazem aos domingos", contou a
Gugu. Segundo ela, o diálogo era aberto com Marísia von Richthofen, que seria
uma pessoa carinhosa.
Ao
"Programa Gugu", a presa contou que foi a própria mãe quem lhe
apresentou Daniel. Na época, ele era instrutor de aeromodelismo de Andreas. Ela
disse, no entanto, que a mãe não aprovava o relacionamento da filha.
"Depois que ele começou a passar mais tempo em casa, quando ficamos
sérios, ela passou a conhecê-lo e não gostava dele".
Suzane conta
que, na prisão, trabalha em costura para uma empresa que fabrica uniformes para
guardas e presidiárias e ganha cerca de um salário mínimo: "Eu ganho 700 e
poucos reais", afirma. Com este dinheiro, compra alimentos e cosméticos
por meio de um fundo dentro da cadeia. Ela ainda contou que pretende estudar
administração de empresas e montar uma empresa de tecelagem.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/02/25/apos-sete-anos-suzane-von-richthofen-concede-entrevista-tenho-saudade-do-meu-irmao.htm
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