Por José
Romero Araújo Cardoso
O gênero
masculino é mais difícil e arredio em demonstrar sentimentos em sua plenitude.
Prefere se resguardar ou mesmo abafá-los visando não demonstrar “fraqueza”,
pois, quem sabe, isso seria contrário à natureza meio.
Quando se ama
realmente e verdadeiramente uma mulher tudo muda de tonalidade, influenciando
decisivamente o universo masculino, tornando-o, de fato, produto inequívoco
desse amor.
Mesmo quando
uma mulher ama há espaço para determinados viés racionalistas. Quando isso
acontece não raro faz um homem chorar por amor. Certa pressão, titubeio,
indecisão ou comportamento que faz lembrar verdadeira equação matemática,
coisas da complexidade compreensível do gênero, faz desabrochar do fundo
emoções incontidas personificadas em forma de lágrimas que refletem o íntimo
machucado.
Um homem chora
por amor quando não é compreendido pela mulher amada, quando ela faz exigências
que não se pode cumprir, como apagar máculas de um passado, as quais, por amor,
tendem a não ser repetidas sob hipótese alguma, tendo em vista que, através de
uma nova vida a ser trilhada, poderá regenerar-se integralmente, tudo por amor,
tudo pela mais bela emoção que pode brotar nos corações do gênero humano.
Sem meias
palavras, para uma regeneração total, faz-se necessário frisar, depende muito
dela, de sua compreensão, de seu afeto, do companheirismo, da certeza, da
maturidade, da perseverança, da gentileza, do carinho, da amizade, da
fidelidade, etc.
O simples
meditar sobre a possibilidade do que traz no peito pode ser inibido, fervendo,
em brasa, faz de um homem ser reflexivo e ponderado, embora possa haver revés,
contrariando qualquer noção lógica se houver amaça à magnitude da ênfase a esse
amor.
A mínima
possibilidade que não mais possa acariciar mechas douradas da pessoa amada, nem
poder sorri junto com ela, respirando o mesmo ar, torna-se motivo para que um
homem chore por amor.
Quando uma
mulher é inteligentíssima, demonstrando mesma tendência em valorizar a leitura,
os livros e tudo que signifique enriquecimento intelectual, no que tange à
contínua e necessária absorção de conhecimentos, exponencializa-se a vontade do
homem chorar quando ela lhe nega prosseguir em uma realidade linda enquanto
dádiva de Deus, concedido e chancelado pelo Grande Arquiteto do Universo.
Por razões
externas, influenciada por opiniões contrárias que na grande maioria apenas
quer atormentar corações felizes, há titubeio da parte da mulher amada e ela
não consegue equilíbrio necessário para ponderar determinadas situações,
externaliza-se no homem sentimento profundo que se cristaliza em lágrimas
profícuas que são inevitáveis, impossíveis de serem contidas.
O ciúme,
lançando sua flecha preta, como na canção de Caetano, torna-se outro imperativo
a ser contornado, pois quando se ama de verdade é ao lado da pessoa amada que
se quer ficar, bem juntinhos, como no mito platônico.
Ciúme, velho
companheiro dos apaixonados, de forte conotação ambígua, suscita sentimento de
posse que não pode ser realimentado, pois é na liberdade que o amor triunfa. É
no afã de querer o melhor para si e para a pessoa amada que este sentimento
contraditório surge como resultado das engrenagens benditas que definem o mais
nobre dos sentimentos e das emoções humanas.
Dizem que os
animais também ama. Acredito piamente, pois já vi, já testemunhei demonstrações
inequívocas disso. Mas amar com a determinação dos seres humanos é impossível.
Somente o gênero humano é capaz de traduzir de forma impecável, seja através da
prosa ou da poesia, ou mesmo através da sutileza de um olhar, o magistral
sentido do amor.
Somente por
amor haverá sentido nas lágrimas que correm dos olhos do homem. Nada se compara
à grandeza desse sentimento valioso que vem ocupando corações e mentes de
gerações ao longo da História.
José Romero
Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor, Professor-Adjunto do Departamento de
Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.
Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário