Por Clerisvaldo B.
Chagas, 24 de fevereiro de 2015 - Crônica Nº
1.373
Nessa escassez
de água e sua busca pelos arredores das grandes metrópoles, é que se vê o valor
da preservação ambiental. É de dá pena contemplar geólogos subindo colinas e
serras em busca de riachos, antes desvalorizados, procurando socorro para matar
a sede de populações preocupadas. E quando nos debruçamos no mapa do Nordeste
marcamos inúmeras localidades que levam o nome de Olho d’Água.
Foto:
(nascente do Tietê - Wikipédia).
Olho d’água
que também significa nascente tem concentração em locais onde se verifica o
aparecimento de uma fonte.
Trazendo o
caso hídrico para Alagoas, temos várias cidades com alguma denominação
referente à água, a começar do título do próprio estado. Depois, Olho d’Água
das Flores, Olho d’Água do Casado, Olho d’Água Grande, Água Branca,
Cacimbinhas, Dois Riachos, Minador do Negrão, Lagoa da Canoa, Poço das
Trincheiras e Tanque d’Arca. Mesmo assim as fontes que não tiveram cuidado
nenhum foram desaparecendo restando somente à denominação oficial de cada
município. A segunda metade do século XX foi pródiga em desmatamento que
assassinou centenas e centenas de fontes, do litoral ao sertão. Terra sem
árvore e mais o pisoteio do gado nas nascentes, resultou no que conhecemos
hoje, deserto, falta d’água e desespero.
Com o mesmo
sentido de água em abundância, podemos particularizar locais do município de
Santana do Ipanema, no sertão, que também ficaram apenas com os nomes em seus
sítios rurais. Com a denominação “olho d’água”, temos: da Areia, do Amaro,
Grande, Morto, Velho e Olhodaguinha. Com o termo “lagoa”, que não deixa de ser
um olho d’água, com seu lençol freático, apontamos: Lagoa do Algodão, Bonita,
de Dentro, do Garrote, do João Gomes, do Junco, do Mijo, dos Morais, do Pedro,
Redonda, Torta e da Volta.
Ainda bem que
uma onda verde de recuperação dos mananciais vem agindo ultimamente e os
fazendeiros vão se conscientizando atrás do prejuízo. Os aramados estão
retirando o gado das nascentes e o replantio de árvores nativas já estão dando
resultado, inclusive com fiscalização e multas para os que são notificados e
não agem.
Os quinze dias
em que Santana passou sem água da CASAL, ultimamente, poderia ter sido salva
pelas cacimbas do rio Ipanema que fez essa cidade crescer. Mas, abandonado e
recebendo toneladas de fezes dos esgotos da cidade e com milhões de reais
enterrados num saneamento que nunca funcionou e nunca levou ninguém à cadeia,
perguntam-se onde estão os culpados e a LEI.
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