quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

VELHO CEPA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 28 de janeiro de 2015 - Crônica Nº 1.354

Quem diria! Deixando um colégio particular tão famoso de Maceió, mas em decadência, não suportei mais de um ano naquele lugar tão esquisito. Saí levando na bagagem apenas à frustração e a certeza de um ano perdido. As únicas coisas boas que transportava dali eram as aulas do professor Douglas Apratto e o bê-á-bá filosófico do padre Teófanes.

CEPA. Foto: (Clerisvaldo).
Resolvi arriscar o 2º Ano do Curso Médio em escola pública e parti para o Moreira e Silva, chamado na época de Cepinha. Um ginásio de esporte, uma velha piscina e o casarão à frente com o título da escola, eram tudo que havia naquele imenso espaço, praticamente vazio. Foi a melhor coisa que fiz. Peguei um ensino de qualidade, bons professores com frequência regular e em dose dupla por matéria: dois professores da língua portuguesa, dois de Biologia, Dois de Física, dois de Química e assim por diante.

Sertanejo enraizado olhava o terreno vazio, largo e comprido do CEAGB e mergulhava na melancolia da saudade.

CEPA. Foto: (Clerisvaldo).

E ali, à margem da Avenida Fernandes Lima, passava o tempo com uma lentidão enervante, aguardando o mês, o dia e a hora de rever os meus serrotes, minhas serras, meu Panema e o meu cheiro de caatinga.

Dois anos se passaram. Foi construída outra piscina, reformado o ginásio, novas construções foram surgindo naquele massapê... E eu fui deixando para trás aquele colega Marcos que era doido pelas músicas de Gonzaga, o Armando que tocava piano, os três inseparáveis riquinhos, a morena indiferente e caidíssima pelo professor de Biologia, dessa vez levando um mundo de coisas boas aprendidas no estado.

O Cepinha cresceu agigantou-se, tornou-se o maior complexo educacional da Terra dos Marechais e recebeu a denominação de CEPA (Centro Educacional Público de Alagoas). Atualmente ali funciona também a Secretaria de Educação.

CEPA. Foto: (Clerisvaldo).

E hoje, ao correr atrás de uma aposentadoria rosqueada, percorro o CEPA, sem mágoas, sem saudades, sem alegria e sem tristeza. Para mim, apenas um CEPA e nada mais.



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