Por Francisco de
Paula Melo Aguiar
O planejamento
não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é um
instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão
necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do planejamento
não é a informação: é sempre o trabalho.
Peter
Drucker
Inicialmente entendemos com ou sem formação acadêmica de que sem conhecimento
de causas ninguém na vida pública e ou privada jamais saberá como gerenciar
projetos e ou gestão de projetos. Gestar e ou gerenciar um projeto público e ou
privado vai depender inevitavelmente da aplicação de saberes e ou conhecimentos
científicos, via as habilidades técnicas tanto na elaboração do projeto,
concretizada através de atividades relacionadas e ou afins visando atingir
todos e ou pelo menos certo conjunto de objetivos gerais e específicos
previamente definidos quando da elaboração da idéia inicial. Vejamos, por
exemplo, o que Charles Darwin afirma: “na longa história da espécie humana (e
do gênero animal, também), prevaleceram os indivíduos que aprenderam a
colaborar e a improvisar com mais eficácia”. Sem eficácia, ou seja, sem
conhecimento científico sobre o conhecimento empírico, nada será feito
racionalmente falando e tudo isso representa tempo perdido. É preciso se ter o
discurso único sobre cada tema a ser tratado e ou planejado. O povo deixa de
sonhar quando os planejamentos de seus projetos deixam de existir. Sem isso,
nada feito. Não acreditamos em “ideias” de engenheiros de obras feitas, prontas
e acabadas. Vejam como é simples a ideia de Henry Ford: “unir-se é um bom
começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória”.
Isso em termos de planejamento do futuro. É perigoso governar engessado em
qualquer nível de gestão, seja ela federal, estadual e ou municipal. Quantos de
nós assim pensamos na gestão da coisa pública: federal, estadual e municipal
pelo Brasil afora? Tudo via o improviso, irmão gêmeo da corrupção política e
administrativa. É perigoso agir assim com a coisa que é pública, de todos. Toda
unanimidade é burra, dentro do contexto de que “quando todos pensam da mesma
forma, alguém não está pensando”, segundo a afirmação do iluminado George
Patton. Tudo isso sem projeto e ideia fixa de que se deve fazer isso ou aquilo,
não passará de ilusão. O político inglês Winston Churchill, afirma que: “valor
é o que é preciso para levantar e falar, mas também o que é necessário para
sentar e escutar”, infelizmente na sociedade gestora em que vivemos, nem sempre
os gestores públicos e ou privados querem ouvir seus assessores. É triste
se colocar raposa para tomar conta de galinheiro, isso quando se fala de
dinheiro público, principalmente. De modo que aquilo que chamamos de
conhecimento acadêmico e ou cientifico passa a ser representado pelas práticas
do gerenciamento diário concreto de projetos, descritos em todos os seus
detalhes criteriosos do ponto de partida e do ponto de chegada. Vamos sempre
vivermos com problemas em todas as áreas das necessidades humanas. Temos
ciência e conhecimento próprio disso. Invocamos o pensamento de Peter Drucker
quando enfatiza: “O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai
acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que
trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final
do planejamento não é a informação: é sempre o trabalho”. E esse pensador tem
razão de sobras para assim pensar. Temos sempre medo de engenheiro de obra
pronta, aqui sendo compreendido como aquele que fala e diz que projetou isso ou
aquilo e não se tem noticia de nenhuma obra estruturante realizada em termos
concretos. Isso representa mero proselitismo. Engodo das classes sociais menos
favorecidas em termos instrucionais e educacionais. No dizer de Tom Peters: “as
equipes brilhantes são formadas por pessoas especiais que, em geral, se irritam
umas com as outras. Mas, com a ajuda “espiritual” de um líder “iluminado”,
encontram a forma de serem elas mesmas e ao mesmo tempo consagrarem-se como
equipe”. Isso é compreensível desde que esteja acima de tudo o bem comum
da população envolvida. Infelizmente o povo nunca é ouvido em suas necessidades
por quem governa em qualquer nível de gestão pública. Jack Welch tem razão
quando menciona que “todos nós devemos ser coerentes com nosso próprio
discurso”. Na prática em nossos dias isso nunca acontece em termos de gestão
pública na elaboração, realização e finalização de projetos. Tudo isso são
processos componentes reais. Assim sendo, tais processos são classificados em
cinco grupos: iniciação; planejamento; execução; controle e encerramento. Por
outro lado, existem nove áreas de conhecimento: gerencia de integração de
projetos; gerencia de escopo de projetos; gerencia de tempo de projetos;
gerencia de custos de projetos; gerencia de qualidade de projetos; gerencia de
recursos humanos de projetos; gerencia de comunicações de projetos; gerencia de
riscos de projetos; e por fim, gerencia de aquisições de projetos. Vejamos o
que Bernardinho, Técnico da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino, fala:
“nunca esqueça que a vaidade é inimiga do espírito de equipe”. E isso é
verdade, por analogia, sabemos que ninguém sozinho como o único dono da verdade
não vai para lugar nenhum. Isso é fato e contra fato não se tem argumento.
Corroborando com esse mesmo perfil em termos de pensamento, Warren Bennis,
autor Norte-Americano, afirma que “nenhum de nós é tão inteligente quanto todos
nós juntos”.
A gerência de projetos, nada mais é que a forma simplificada de manter direta e
indiretamente os riscos de fracasso o mais baixo possível durante o ciclo
vivencial do projeto em si mesmo. Diante de incertezas, os riscos de fracassos
aumentam cada vez mais durante todas as fases e ou estágios do projeto. É a
cultura do fracasso e ou da ingovernabilidade. Isso é inaceitável quando é
patrocinado com o dinheiro público. O gerenciamento de projetos públicos e ou
privados, nada mais é do que chamar o feito a ordem, disciplinar e definir o
que se pretende realmente fazer para alcançar os objetivos pretendidos, sem
deixar de otimizar paralelamente o próprio uso dos recursos: tempo, dinheiro
público e ou privado, pessoas, espaço, dentre outros. E o espírito de equipe
deve sempre está presente, como Susan Campbell, afirma: “o trabalho em equipe é
um malabarismo constante entre o interesse próprio e o interesse do grupo”.
Não temos dúvida alguma de que é preciso sempre mudar de rumo, evitando o
fracasso velado e ou preanunciado na gestão pública e ou privada em qualquer
parte do mundo. Não é proibido sonhar, porém, ser sonhador sem ter projetos de
transformação da realidade social para se conquistar o progresso em favor da
coletividade é ficar engessado em termos: executivo, legislativo e
judicialmente falando. Ninguém satisfaz a todo mundo de qualquer classe social.
Engessar um projeto de governo: federal, estadual e ou municipal é decretar o
fracasso antecipado do sonho sonhado de toda coletividade.
Em tese o gerente de projetos em
qualquer tipo de instituição pública e ou privada, pode ser compreendido como
sendo que precisa ter autonomia administrativa do projeto sonhado e em via de
concretização, haja vista que é ele que incentiva para manter interação plena e
mútua entre todos os participantes do empreendimento, reduzindo assim o risco
de fracasso diversificado e ou generalizado do projeto em si mesmo. É evidente
que o cientista Albert Einstein ao mencionar de que “não tentes ser bem
sucedido, tenta antes ser um homem de valor”, depõe contra a metodologia oposta
usada pelos gestores em via de regras. Na atualidade não se faz gestão pública:
federal, estadual, municipal e ou até mesmo de empreendimentos privados sem um
bom projeto e uma equipe tecnicamente preparada para sua execução, haja vista
que o sucesso não vem de graça, apenas o fracasso vem de graça. Isso representa
derrota mesmo dos sonhos da população. O mesmo acontece na gestão das empresas
privadas, segundo Henry Mintzberg, quando afirma que “as empresas não se
transformam com palavras”.
Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar
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