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10 dez 2014
O campeonato
Brasileiro teve, em 2014, a maior bilheteria de sua história, com a marca de
quase R$ 216 milhões nos 380 jogos da Série A. Nos últimos dez anos, o aumento
das bilheterias atingiu a marca de 289%. A principal razão da marca expressiva
em 2014 é o aumento do valor dos próprios ingressos, que ficaram 12% mais caros
em relação ao ano passado e também atingiram seu maior patamar na história da
competição. Os dados fazem parte de um estudo exclusivo realizado pela BDO,
empresa de consultoria e auditoria.
À primeira
vista, o recorde de arrecadação poderia sugerir também um aumento do público
nos estádios, o que significaria um resgate pelo interesse no futebol
brasileiro depois do fiasco na Copa do Mundo. Os brasileiros teriam digerido a
mágoa com o 4.º lugar da seleção brasileira no torneio mundial com o amor pelos
clubes do coração. Os números, no entanto, não permitem essa conclusão.
O aumento dos
torcedores foi de apenas 9% e a média nos estádios foi de 16,3 mil, bem perto
da marca dos últimos dez anos, na casa de 15,2 mil. "A média de público
não sofreu um aumento significativo a ponto de explicar a arrecadação recorde.
O principal fator realmente é o aumento do valor dos ingressos", explica
Pedro Daniel, gerente da divisão Esporte Total da consultoria.
Sucesso
Outra grande
conclusão do estudo é o sucesso absoluto das novas arenas esportivas,
construídas e reformadas para a Copa ou meses depois. Das 30 maiores
bilheterias do torneio, 29 foram registradas nos estádios novos. Além disso, a
média de público foi 88% superior em relação às antigas arenas, o que comprova
o grande apelo que tiveram sobre a torcida. Allianz Parque, estádio onde o
Palmeiras garantiu sua permanência na Séria A com o empate por 1 a 1 por
Atlético-PR, teve média de 34.545 pessoas por jogo, a melhor média.
Aqui, o dado
precisa ser relativizado. Além desse jogo final, a arena só viu mais uma
partida do Brasileirão: a derrota para o Sport, por 2 a 0, na reabertura da
arena. Ou seja, o fator "novidade" é a principal justificativa para a
ida ao estádio. Com o passar dos meses, esse apelo tende a diminuir.
Já a Arena
Corinthians, onde a equipe de Mano Menezes acabou perdendo pontos preciosos que
custaram a luta pelo título, vem logo em seguida, ainda sob o efeito da
abertura da nova casa corintiana. A equipe fez 18 jogos ali, sempre contando
com uma média de 30 mil torcedores no estádio. Os fãs fizeram questão de
conhecer os estádios da Copa e não se importaram em pagar mais por novos
serviços. O ingresso para assistir a um jogo nas novas arenas foi, em média,
84% mais caro que nos estádios antigos. A referência, novamente, é o estádio do
Palmeiras. Com um preço médio de R$114,10, o ingresso do Allianz Parque foi o
mais caro.
Para Pedro
Daniel, isso impõe um desafio para os estádios antigos. "Eles precisam
oferecer novos serviços e apresentar maior valor agregado para competir com as
novas arenas."
O bicampeão
Cruzeiro foi o dono da maior média de público (29.569). Aqui é difícil
diferenciar causa e consequência: o time joga bem e, por isso, atrai o público
ou é o público que incentiva a equipe a mostrar um grande futebol. O fato é que
o time do técnico Marcelo Oliveira participou de cinco dos dez jogos com maior
público do torneio.
Por Gonçalo
Junior - São Paulo
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