Por Francisco de Paula Melo Aguiar
O mestre disse
a um dos seus alunos: Tu queres saber em que consiste o conhecimento? Consiste
em ter consciência tanto de conhecer uma coisa quanto de não a conhecer. Este é
o conhecimento.
Confúcio
Para inicio de conversa o sucesso da Educação de qualidade está voltado
principalmente para o gerenciamento da sala de aula e não apenas no que se diz
respeito à disciplina das turmas (ou disciplinas curriculares) em qualquer
nível de ensino (Infantil, Fundamental, Médio, EJA, Profissional, Superior:
Graduação e Pós-graduação), que, sem dúvida alguma, é um problema crítico,
tendo em vista que os Sistemas de Ensino Federal, Estadual e Municipal, no
Brasil, insistem em fazer política partidária com Educação, balcão de negócio
para atender os afilhados políticos e aderentes depois das urnas apuradas.
Assim, a Educação é um negócio como outro qualquer na gestão pública. Isso é
lamentável, porém é verdade. É bom frisar que só não acontece isso, em poucas
unidades (do Governo Federal e Estados) e subunidades (dos municípios) da
federação brasileira. É uma raridade não se ouvir dizer que existe balcão de
negócio e de corrupção funcionando para desmontar o sistema educacional
brasileiro, onde verbas bilionárias são desviadas e jogadas na lata do lixo em
qualquer esfera da administração federal, estadual e municipal. O Brasil está
bem, porém, tem a imagem arranhada em termos internacionais pela cultura
implanta em termos de corrupção em seus negócios gestativos. É por isso que a
Educação Brasileira, resolve o problema de todo mundo em termos de cabide de
empregos e outras mazelas, menos o de erradicar o analfabetismo e de oferecer
educação de qualidade com quantidade certa. Diante desse paradigma de
corrupção, onde o povo entende culturalmente de que nada público funciona bem e
ponto final, em termos de educação, segurança, transportes, cultura, esportes,
saúde, turismo, industrialização, etc., etc., onde tudo fica para ser resolvido
no próximo governo federal, estadual e municipal. É a institucionalização da
cultura da promessa nunca cumprida. Falam o diabo dos políticos. E o povo tem
razão em falar, seu único instrumento ao seu alcance é abrir a boca, dizer o
que pensa e nunca ser ouvido para nada. Claro, é ouvido apenas de quatro em
quatro anos no tempo da campanha política. Apuradas as urnas. Fica tudo como
antes no “Quartel de Abrantes”. Tudo isso acontece, pela falta de compromisso
de quem tem a chave do cofre público, ordenador de despesas, tudo é comprado e
ao povo tudo é negado, antes, durante e depois pelos responsáveis pela
prestação de serviços de primeira necessidade, durante os 365 dias do ano, em
termos de educação, saúde, segurança, etc. Verbas públicas guardadas em cofres,
sacos furados, não chegam a atender as necessidades inadiáveis da população em
qualquer setor da administração direta e indireta. Tem gente ficando rica
demais e o povo pobre e totalmente desamparado. O povo está de pire na mão e
não tem aquém pedir uma esmola para resolver tais problemas. Em termos de
melhoria da Educação nacional em qualquer nível da administração pública,
depende única e exclusivamente da gestão dos procedimentos mínimos e
rotineiros, de caráter didático, metodológico e pedagógico, a gestão da sala de
aula, que se mal planejados, se mal elaborados, se mal executados e se mal
monitorados, inevitavelmente levam direta e indiretamente a maus resultados no
processo de ensino-aprendizagem, além de provocar exclusão em vez de fazer
inclusão social e escolar de crianças e adolescentes, filhos de pais que vivem
a margem da pobreza no Brasil e seus municípios, palcos de tal tragédia
anunciada todos os dias, diante do ingresso da juventude no mundo e no submundo
do crime organizado, diante da violência provocada pelo uso de drogas licitas e
ilícitas, enquanto a família se veste de luto e o país desmoralizado em termos
internacionais. O pensador Friedrich Nietzsche tem razão de sobra quando
afirma: "faz parte da humanidade de um mestre advertir seus alunos contra
ele mesmo”. Isso é proceder com ética, não desejar aos outros o que não quer
para si.
É salutar lembrar de que a falta de informações e de conhecimentos
sistematizados, teóricos e práticos sobre o tema a gestão em sala de aula, por
parte de gestores administrativos (Ministério da Educação, Secretários
Estaduais e Secretários Municipais de Educação) e gestores professores,
gestores diretores, gestores, supervisores e gestores orientadores, gestores
psicólogos, gestores psicopedagogos, gestores psicanalistas educacionais,
desqualifica a gestão nacional, estadual e municipal. Onde tais funções
técnicas são ocupadas por políticos e seus afilhados. Nesta cultura quem sabe
ler e escrever de verdade, fica marginalizado, diante da falta de oportunidade,
uma vez que saber demais não interessa aquém governa pensando em transformar o
futuro do país em massa. Depoimento presente e nunca ausente em tudo que
é público no Brasil, inclusive no sistema educacional. Jamais a educação deverá
ser conduzida como se conduz os procedimentos e fundamentos da política
partidária nacional. O sistema de ensino brasileiro, formado pela administração
federal, estadual e municipal tem que oferecer “Educação de qualidade e
quantidade” aos seus alunos, que não são clientes (aluno é cliente na escola
particular) e sim cidadãos, segundo afirma a Constituição Federal, as
Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais de todas as unidades e
subunidades da federação nacional. Tem muitos gestores administrativos e
pedagógicos, atuando na gestão e na sala de aula que jamais tomaram
conhecimento e muito menos se preocuparam e ou se preocupam de como resolver
suas deficiências profissionais e gestoras. Tem gente (empregado e empregada do
povo, no serviço público) que espera somente se chegar o final de cada mês para
receber seus salários, ínfimos e ou superfaturados, diante da intervenção da
ajuda de seus padrinhos políticos, donos temporários do poder público nos três
níveis de governos. Isso é uma desgraça. É corrupção! Enganar crianças e
adolescentes, sem saber gestar uma sala de aula, é fazer chantagem, brincar de
ensinar e induzir crianças e adolescentes a brincar de aprender. Diante do
exposto, qualificar e avaliar os gestores de sala de aula tem por objetivo
oferecer ao professor subsídios teóricos e práticos para a sua capacitação e
atualização permanente, além da administração da sala de aula de forma
eficiente e com perspectivas de bons resultados em favor do alunado pobre e
carente de todos os níveis. É essa a verdade nacional. Por analogia, invocamos
a visão de mundo de Karl Kraus, escritor e jornalista austríaco que enfoca: “os
alunos comem o que os professores digerem”.
Em síntese, o professor gestor tem que saber científica, didática e
metodologicamente falando o significado e a importância da boa gestão da sala
de aula, das formas de gerenciar com eficiência e eficácia seu “mister” diário.
Entendemos que Albert Einstein é muito feliz ao afirma: “não ensino meus
alunos. Crio a condição para que aprendam”. Mas, só pode criar essa condição quem
tem cultura de qualificação e argumentos próprios em sala de aula. Pensar ao
contrário é mera ilação. Sem deixar de lado o pleno conhecimento das funções
docente, investigadora e gestora que competem direta e indiretamente ao
professor na sua atuação teórica e prática diária em termos de modelos de
formação, empatia entre professor e aluno, gestão do tempo, funções docentes e
gestoras. Tudo isso só será possível se os “técnicos” gestores de cada sistema
de ensino, assim entenderem e souberem sonhar, parir e planejar o que fazer
para gestar a sala de aula na cidade e no campo pelo Brasil afora. Isso é
educação transformadora da realidade atual, diferente da educação reprodutora
que tem como objetivo manter a cultura de que tudo está bom e deve ser mantido
assim. Isso é educação do fracasso. Assim sendo, comparamos um gestor
educacional, por analogia ao pensamento do frances e compositor de ópera Louis
Hector Berlioz, que afirma: “o tempo é um bom professor, mas infelizmente
costuma matar os seus alunos”. É cômico, porém é uma tragédia anunciada todos
os dias letivos pela falta de não saber gestar a sala de aula para nossas
crianças e adolescentes. É a cultura do fracasso e da exclusão escolar de
nossas crianças e adolescentes, e o pior é que tudo isso é mantido pelos
impostos diretos e indiretos cobrados e pagos pelos cidadãos diariamente.
Enviado por Francisco de Paula Melo Aguiar
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