segunda-feira, 14 de outubro de 2013

QUEM TRAIU A OPOSIÇÃO E A SITUAÇÃO?

Por: Francisco de Paula Melo Aguiar

"Ainda que a traição agrade, o traidor é sempre odiado."
                                   Miguel de Cervantes

Em todos os parlamentos do mundo se verifica conduta de parlamentar do tipo “cigano” e ou “cigana”, querer satisfazer a “situação” e a “oposição”, por falta de capacidade de se decidir onde quer ficar. Trata-se de gente de conduta que tem a formula de um pingo de água derramada sobre uma superfície plana de qualquer produto absorvente e aderente. É de lascar um parlamentar que aceita através de seu o recebimento de processo administrativo visando à cassação do mandato e dos direitos políticos de um gestor e incontinenti não aceita que o gestor seja afastado do referido cargo da administração pública. Isso é uma conduta doentia, pois, não sabe o que quer, entende-se que apenas esta gente prefere continuar subornando o gestor por favores pessoais para si e para os seus seguidores a preço do vil metal, transformados em possíveis favores da gestão pública. Enquanto isso fica acobertado pelo manto do voto secreto e com duas conversas, procurando agradar o gestor “denunciado” por ser “situação” e sendo confidente da “oposição”, para saber como tramar sua conduta criminosa, inclusive sorrindo e mangando de ambas forças políticas gestativas executivas e legislativas em confronto e julgamento político administrativo que poderia evitar o desgaste do gestor e do próprio legislador, se não fosse sua conduta desregrada. Ambos poderes devem saber de J. Harington enfatiza que "a traição nunca triunfa. Qual o motivo? Porque, se triunfasse, ninguém mais ousaria chamá-la de traição."

Entenda-se, portanto, que o termo “traição”, ao pé da letra tem origem na língua latina “traditio”, que significa entrega, e por assim dizer, de onde também o termo significa por incrível que pareça tradição em sentido real da palavra.  Assim sendo, a palavra traição quer dizer: 1º) abrange a infidelidade em relação a compromissos assumidos, de modo que, o não cumprimento da palavra, significa a grosso modo, tudo o que não foi combinado, inclusive acarretando vergonha e degradação para a vítima ou vítimas; 2º) ocorre aí também, a revelação de confidências ou de segredos combinados a sete chaves, trazendo prejuízos a quem os confiou, tanto para a “situação”, quanto para a “oposição”, tem um ovo pobre no ninho que quer ao mesmo tempo servir a ambas facções, é do cordão encarnado (no sentido de vermelho)  e do cordão encarnado ( no sentido de azul, ...). Vejam que gente perigosa, quer gozar de viver bem de qualquer maneira, não sabe se decidir por nenhum dos dois lados, quer ficar com os dois lados de qualquer maneira; 3º) assim a confusão está feita, tem muito disse me disse, fuxico, corrupção e santidade, esta gente quando morrer vai direto para a canonização da curtição da honra alheia nas profundezas dos abismos da “situação” e “oposição”, tendo em vista que serve a dois senhores através do esconderijo do manto do voto secreto do parlamento. Jamais soube ou sabe tomar qualquer decisão legal ou ilegal em sua vida pessoal e profissional. Isso é uma doença., pois, a denúncia de companheiros ou seu abandono na hora da dificuldade é uma maldade e acima de tudo uma pessoa omissa e a omissão é o pior pecado diante dos homens e de Deus. É a lei do silêncio e da promessa de continuar sempre fiel de mentirinha... a ambos os lados; 4º) trata-se de um conduta omissa que pode levar a denuncia, citação ou transcrição pouco fiel do pensamento alheio. Aqui prevalece a lei do silêncio e o jogo de cintura via o instituto de cooptação do vil metal, faz tudo por dinheiro. Quem pagar mais fica com essa gente na “situação” e ou na “oposição”, porque jamais teve ou tem coragem de assumir que é “situação” e ou “oposição” publicamente. Trai o executivo e o legislativo, além de ficar gozando com a cara do povo e especialmente seus eleitores e aliciados. E até porque "a traição supõe uma covardia e uma depravação detestável”, ex-vi o pensamento do Barão de Holbach.

Na História da Humanidade se registra mil e uma tipologia de traição, dentre as quais a de que Judas Iscariotes, apesar do nome “Judas” significar “abençoado” ou “louvado”, porém, não evitou que ele traísse Jesus Cristo e por isso seu nome aparece vinte vezes nos evangelhos¹. A partir da traição que Judas fez a Jesus Cristo e o nome dele e somente em relação a ele passou a ter o significado de traidor.

Em relação a História do Brasil, temos a figura corrupta de Domingos Fernandes Calabar² (1600 – 1635), deixou a triste lembrança pelo fato de querer ver parte do Brasil sendo gestado e colonizado via o domínio holandês e se não fosse a figura do paraibano André Vidal de Negreiros e de outros heróis igualmente importantes o Brasil teria sofrido uma divisão em suas terras e sua soberania em todos os sentidos de Estado entre as demais nações do universo.

Em síntese, nos diversos países do mundo, o crime de alta traição são justamente os crimes cometidos contra a segurança e a soberania do Estado, tanto contra sua integridade territorial, contra o regime vigente, seja ele democrático e ditatorial, bem como contra a autoridade do Rei e ou do Presidente da República. Já aqui em nossa comunidade o tema tem reflexão menor, porque menor é o valor axiológico que se tem do voto alheio e no exercício do mandato sobre o manto do voto secreto, onde um gestor municipal, até que se prove em contrário e inocente, porém é denunciado e o parlamento mirim aceita a denuncia como verdadeira nas penas previstas na legislação em vigor ou seja nos termos do Decreto-Lei nº 201, de 27 de Fevereiro de 1967, que “Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores e dá outras providências”. Porém, o mesmo parlamento mirim fica ofuscado e desmoralizado por não poder aprovar o afastamento do gestor municipal com o mesmo voto que disse “sim”, também disse “não”4.  Isso é "vacilar, no meio do caminho, é trair o pensamento”, conforme enfoca José Ingenieros. É uma conduta dúbia, pois, das duas uma, ou se está colocando no banco dos réus um inocente e ou alguém está tirando proveito da desgraça alheira diante do enfrentamento dos poderes municipais: legislativo e executivo. Resta saber quem teve o comportamento cigano de vestir-se através do voto secreto de “situação” e de “oposição”, para poder transitar livremente em ambos os poderes municipais e ficar sorrindo, debochando de tudo e de todos. Dentre tantos teóricos que pesquisam sobre a traição no meio político principalmente, podemos mencionar que "apenas pensar em trair já é uma traição consumada”, segundo nos ensina Cesare Cantú. Esse tipo de comportamento não se deve ser nunca imitado é traição em sentido amplo.

¹Judas Iscariotes (em hebraico יהודה איש־קריות, Yehudhah ish Qeryoth; em grego bíblico Iouda Iskariôth1 ou Iouda Iskariotes2 ) foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, que, de acordo com os Evangelhos, veio a ser o traidor que entregou Jesus Cristo aos seus capturadores por 30 moedas de prata. Era filho de Simão de Queriote (Jo 6, 71; 13, 26). Judas, em grego Ioudas, é uma helenização do nome hebraico Judá (יהודה, Yehûdâh, palavra que significa "abençoado" ou "louvado"), sendo, por sinal, o nome de apóstolo que mais vezes aparece nos Evangelhos (vinte vezes) depois do de Simão Pedro, conforme página: in.: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Judas_Iscariotes> . Acessada em: 10/10/2013.

² Domingos Fernandes Calabar (c. 16001635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos neerlandeses que invadiram o Nordeste do Brasil. Calabar, a exemplo de Benedict Arnold para os estadunidenses, é tido como o maior traidor da história brasileira, conforme página: http://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Fernandes_Calabar . Acessada em: 10/10/2013
³DECRETO-LEI Nº 201/27/02/1967 - Endereço eletrônico:< <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0201.htm>. Acessado em: 10/10/2013.
4Vereadores decidem manter Reginaldo no Cargo... Endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=WEZ5fcu3Hdw . Acessado em: 11/10/2013.

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/4520929

Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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