Muitos
reclamavam de suas políticas de austeridade e do custo do funeral. Thatcher, considerada 'Dama de Ferro' morreu no dia 8 de abril com 87 anos."Maggie,
lixo", gritavam alguns manifestantes durante a passagem do cortejo fúnebre
de Margaret Thatcher, enquanto na rua em frente, veteranos das Malvinas com
suas boinas vermelhas e medalhas, aplaudiam espontaneamente a procissão puxada
por cavalos pretos.
O funeral da
ex-primeira-ministra britânica ilustrou as divisões que persistem na sociedade
britânica sobre o legado da Dama de Ferro, que deixou o cargo há 23 anos. "Que
desperdício de dinheiro!", reclamava um grupo de uma centena de
pessoas próximo aos soldados dos três forças armadas que carregavam o caixão.
"Estamos
gastando 10 milhões de libras [o equivalente a 15 milhões de dólares] neste
funeral", se indignou Casper Winslon. "É vergonhoso e inaceitável em
tempos de austeridade", considerou esta estudante de Antropologia, de 22
anos, exibindo uma faixa com os dizeres "Descanse com a gente na miséria."
"Os
conservadores tentam transformá-la em um ídolo, como Winston Churchill
[primeiro-ministro durante a Segunda Guerra Mundial], quando na verdade ela
criou muitas divisões no país", acrescentou.
"Thatcher
conseguiu acabar com toda a indústria" na Escócia, declarou Katie
McDonald, médica de 30 anos e vestida de preto para a ocasião. "Como
contribuinte, estou indignada por ter que pagar por isso". Em um cartaz,
uma jovem mãe com sua filha no carrinho de criança expressa um desejo: "Eu
gostaria que suas ideias estivessem mortas".
"Nos anos
80, eu literalmente congelei com a minha família", lembra Andrew Holder,
engenheiro de 61 anos. "Nós tínhamos uma casa modesta e uma hipoteca a
pagar. Entretanto, por causa de suas taxas de juros, que chegaram a aumentar em
15%, perdemos a casa. É ultrajante pagar" por seu funeral quando há
milionários no governo".
Apesar de os
opositores de Thatcher terem aproveitado o funeral para que suas vozes fossem
ouvidas, a maioria das milhares de pessoas que se reuniram ao longo do percurso
veio saudar uma "grande líder" e uma "mulher corajosa".
Placa de
protesto é erguida em meio ao público que acompanha o funeral de Margaret
Thatcher. 'Eu NÃO estou satisfeito em pagar pelo enterro de Thatcher' (Foto:
Leon Neal/AFP)
"Podemos
bater palmas como no funeral de Diana?", perguntou Anne Elliott, uma
professora aposentada, antes de juntar-se a ovação respeitosa que saudou a
passagem do caixão.
"Os
aplausos em funerais são incomuns, mas ela era uma mulher extraordinária",
disse, por sua vez, o ex-empresario de 74 anos Michael Almond.
Anthea
Wallendahl, maquiagem no rosto e um colar de pérolas, trouxe seu filho Casper,
de 10 anos, para assistir a este 'momento histórico'.
"Eu
cresci na década de 70, quando a eletricidade era disponível apenas três dias
por semana por causa das greves. Não encontrávamos nada nos
supermercados. A economia estava estagnada. Margaret Thatcher chegou ao poder,
disposta a tomar decisões impopulares. Foi controversa, mas restaurou a
estabilidade. Mostrou que as mulheres podiam ter acesso aos mais altos
cargos", E Colin Gault,
que conseguiu um dia de folga no trabalho, acrescentou: "Ela nos devolveu
o orgulho" com a vitória nas Malvinas, em 1982.
Um pequeno
grupo de amigos de cinquenta anos acompanhava a missa pelo rádio. Um coral com
2.300 convidados se reuniu na Catedral de St. Paul para cantar as músicas
impressas na edição especial do The Times.
Um homem
aproveitava a oportunidade para vender sob seu casaco, por cinco libras, o DVD
do filme "A Dama de Ferro".
No final da
cerimônia, um veterano das Malvinas disse que ia "beber em honra à velha
senhora".
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