Por: Clerisvaldo B.
Chagas, 19 de março de 2013 - Crônica Nº 985
NEM OS MORTOS ESCAPAM
Após a morte
de Lampião e mais dez companheiros, na fazenda Angicos, Sergipe, 1938,
expuseram suas cabeças em praças públicas. Entretanto, ninguém teve a ideia de
imortalizar as cabeças dos bandidos em logradouros municipais. Há poucos
anos, esculpiram a cabeça sem pescoço de Graciliano e a deixaram perto da
rodoviária, em Palmeira dos Índios, naturalmente em benefício da Arte. Logo o
povo apelidou o ridículo de “Cabeção”.
FREI
DAMIÃO. Fonte (Wikipédia).
O que diria o mestre Graça se fosse
vivo, hem! Lá mesmo na Grota dos Angicos, o tenente João Bezerra, talvez para
amenizar a consciência, fincou uma cruz grande ao amigo Lampião. A cruz
carregava dez outras pequenas. A neta de Lampião protestou, dizendo que a culpa
do avô já era enorme e ainda queriam que ele carregasse os pecados alheios. Lá
em Canafístula, Alagoas, distrito de Palmeira dos Índios, esculpiram o “Santo
do Nordeste”, Frei Damião. Preferiram deixá-lo corcunda como se apresentava nos
últimos dias (prazer mórbido da natureza humana). Acharam pouco e colocaram
enorme cruz por cima das suas costas, com se estivessem descarregando uma raiva
danada no saudoso santo.
Em Santana do
Ipanema o bizarro continua. A Praça Frei Damião, localizada no Bairro
Camoxinga, havia recebido a imagem de gesso do Frei, acompanhada de bom
pedestal e campânula de vidro. No final da gestão passada rebaixaram o Frei.
Deram um cala boca na pracinha, retiraram pedestal e redoma e deixaram o santo
quase rente com o chão, sobre tijolos de churrasqueira. Está ali o
símbolo da fé popular, a mercê de maloqueiros, pichadores e vândalos. Qual
teria sido o pedido negado pelo santo para receber o castigo dos Herodes das
ruas!?
Sei não. Dizem
que esse mundo furado e sem porteiras é divertido por causa dessas coisas.
Quando mataram Virgolino, Corisco também disse que havia sumido a diversão do
mundo. Mas, como cada enxerga o palmo adiante do seu jeito, é encolher os
ombros e prosseguir pela BR (da vida). No planeta esquisito, NEM OS MORTOS
ESCAPAM.
Autobiografia
CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Faça uma visitinha a este site:
http://cantocertodocangaco.blogspot.com
Observação:
Nenhum comentário:
Postar um comentário