
Benigna - Foto: Elizângela Santos
A mártir,
agora, pode ser chamada de serva de Deus; documentos e testemunhos sobre ela
serão coletados
Juazeiro do Norte. O pedido de abertura do processo de beatificação da
menina Benigna Cardoso da Silva, assassinada barbaramente aos 13 anos em 1941,
na cidade de Santana do Cariri, foi aceito pelo Vaticano. O anúncio da
correspondência, encaminhado à Diocese do Crato, foi feito ontem, pelo bispo
diocesano dom Fernando Panico. No decreto da Santa Sé, escrito em latim, se
afirma que nada impede a abertura do processo. Agora, segundo o bispo, ela já
pode ser invocada como Serva de Deus e poderá ser a primeira santa cearense.
Imagem de Benigna produzida a partir de retrato da época. Ela foi assassinada
aos 13 anos, com golpes de facão, ao defender sua castidade.
Nos últimos anos, tem aumentado a quantidade de fiéis nas romarias a Santana do
Cariri, cidade natal da menina Benigna. Os restos mortais da mártir foram
transferidos do cemitério para a matriz de Nossa Senhora Santana, em maio do
ano passado. No dia 24 de outubro, data do assassinato, a cidade de Santana
vivenciou a sua maior romaria, com mais de 20 mil pessoas.
As graças alcançadas, segundo Sandro Cidrão, integrante da comissão que tem
realizado os levantamentos sobre a vida de Benigna, se multiplicam. São pessoas
de vários estados que chegam a Santana e pagam promessas. Cerca de dez
depoimentos de contemporâneos da mártir e mais de 100 testemunhos de graças já
foram registrados.
O chanceler da cúria diocesana, professor Armando Rafael, que vem acompanhando
o processo, afirma que o que mais surpreendeu no anúncio foi a rapidez da
resposta do Vaticano. Segundo ele, atualmente, são centenas de pedidos em todo
o Brasil. "Isso significa que, a partir de agora, a Diocese do Crato pode
iniciar oficialmente o processo de beatificação da jovem", diz.
A Diocese iniciou as pesquisas para abertura do processo de beatificação em
2011, 70 anos depois da morte da mártir. A primeira parte da documentação foi
enviada para análise. Até outubro, a expectativa é que a maior parte do
levantamento seja encaminhada.
O levantamento será encaminhado, mediante orientação da Santa Sé, ao postulante
da causa. Até o momento, está à frente desse trabalho, sob determinação da
Diocese, o monsenhor italiano, Vitaliano Mattioli, designado por dom Fernando
Panico.
O processo, segundo o bispo, consiste em coletar documentos e testemunhos de
pessoas que conheceram e conviveram com a jovem. "Temos a oportunidade de
colher depoimentos de pessoas vivas, o que já foi iniciado", ressalta.
O pároco da matriz do município, padre Paulo Lemos, afirma que um dos
requisitos que apressou a aceitação do pedido, foi a condição de martírio
vivida. A menina Benigna foi morta a golpes de facão por Raul Alves Ribeiro, um
jovem da mesma idade que sentiu por ela uma paixão obsessiva e tentou
violentá-la.
Trâmites
Para o processo de beatificação ser concluído, um milagre de Benigna deverá ser
comprovado. Então, ela passará a ser chamada de beata ou bem-aventurada.
Depois disso, começará o processo de canonização - que pode levar décadas - no
qual haverá um estudo aprofundado sobre sua vida e outro milagre deverá ser
comprovado.
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