Por: Clerisvaldo B.
Chagas, 17 de janeiro de 2013. Crônica Nº 949
VAMOS MATAR OS CACHORROS
Estamos realizando
os nossos afazeres certas horas da noite, quando a energia nos deixa de
repente. A energia da Eletrobrás que deve ser um monstro nervoso que opera à
distância. Todo mundo tem medo dessa danada. Medo daquelas contas que arrepiam
quando vai chegando o fim de mês. Medo de ficar no escuro uma noite completa à
mercê dos mosquitos, muriçocas ou muruanhas e mesmo outro bicho invocado
chamado maruim. O vap-vap do pano ou o teco-teco da raquete de pilhas nada
resolvem no breu sem lua, sem estrelas, sem coriscos. As horas escuras vão
irritando os nervos das pessoas. Apelam-se às velas, ao candeeiro, às
lanternas, à velha caixa de fósforos que ninguém sabe onde ficou. E na procura
das mãos cegas pela casa, tome picadas nos braços, nas pernas, na bunda. São os
mosquitos aproveitando o escuro para a vingança divertida. O netinho chora, o
avô topa nas paredes e a luz não vem. Nem mesmo para namorar presta porque o
calor não está para brinquedo. Para ladrão é diferente. Coisa de primeira, sem
igual, trevas nos muros alheios, nota mil.
Não sabemos
se isso pode ser chamado de apagão, um tempo entre meia e uma hora, mas que
maltrata, maltrata e desafia a paciência. A formação de trovoadas parece
amedrontar postes e fios que estão por aí cortando o sertão de guerra nesses
tempos mais modernos. Basta leve ameaça de chuva para ser repetido, inúmeras
vezes, o jargão da força: “É bastante cachorro mijar no poste, para faltar
energia”. Todo mundo fica revoltado e apreensivo nesse escuro, mas não
faltam piadas brasileiras em cima dos responsáveis pelos apagões. Um
comerciário contava que após um apagão, o pessoal da Companhia sentou para
analisar o fato e foram ouvidas várias sugestões. Discussão vai e discussão
vem, até que um baixote vulgo Temperinho falou muito sério que tinha guardado a
solução definitiva do problema. E depois de todos apostarem no baixinho este
foi obrigado a revelar o segredo contra o apagão. Simplesmente disse Temperinho
muito sério e definitivo: VAMOS MATAR OS CACHORROS.
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA
– CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então,
Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no
Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo
retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou
novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene
Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise.
Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de
Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de
Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em
Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse
período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio
Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família.
Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no,
então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno
Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois
concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a
Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia,
Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos
de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions,
Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael
Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira
— onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água
das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida social tem sido
intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de
Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros,
Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do
Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º
presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana;
membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do
programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico
Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios,
Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seutrabalho. Pela ordem, são
obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance -
1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem
(conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor
maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado –
1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão
Brabo CD (10 poemas engraçados).
Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras
inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático); Deuses de
Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado (romance); O Boi, a
Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema(história); Colibris
do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2013/01/vamos-matar-os-cachorros.html
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http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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