Por: Clerisvaldo
B. Chagas, 24 de janeiro de 2013. Crônica
Nº 954
Divulgamos trechos do livro “Negros em Santana” que foi lançado no último
dia 19 no Tênis Clube Santanense, com 52 páginas:
“Pequeno grande
livro sobre a presença do elemento negro no município de Santana do Ipanema,
estado de Alagoas, desde os primórdios da sua história (1771).
Elaborado a
seis mãos, ‘Negros em Santana’ vai enriquecer de conhecimentos, estudantes,
pesquisadores, povo em geral e as bibliotecas do Brasil, das Alagoas e,
particularmente, do município m foco.
É mais um
trabalho sociológico, geográfico e histórico do insigne romancista,
historiador, cronista e poeta Clerisvaldo B. Chagas, ‘Escritor Símbolo de
Santana do Ipanema’, desta vez em parceria com os estreantes literários,
professores e pesquisadores Marcello Fausto e Pedro Pacífico V. Neto.
Do Quilombo dos
Palmares à fonte do Olho d’Água do Amaro: um diamante para o leitor”. Texto da
capa de trás.
Outro trecho,
página 37, diz: “Muito se tem falado sobre as torturas feitas aos negros
escravos. Uma das formas, já era a própria violência em arrancar os negros do
seu torrão africano e trazê-los para o desconhecido. Filas de escravos
amarrados, trocados por algodão, fumo ou quinquilharia pelos seus traficantes,
demonstram a tortura corporal e moral a que eram submetidos os homens
africanos. A humilhação constante de ser comprado como animais, a exposição dos
dentes, a exibição do corpo eram os primeiros sinais do que iria acontecer em
terras distantes como o Brasil. Ainda vêm os puxões das cordas, a separação de
famílias e um destino incerto, mais negro do que a própria vítima. No meio do
vasto oceano, os porões dos navios cheios de prisioneiros, misturados, com
pouco ar e muita imundície, onde muitos não resistiam e iam sendo jogados ao
mar que servia de cemitério. A tortura moral também matava e não eram raros os
que não aguentavam a longa travessia. (...) Quase sempre caiam nas mãos dos
senhores desumanos que acreditavam de fato que negro não tinha alma, portanto
não era ser humano. Nas fazendas, nas minas, nos garimpos, nos engenhos,
castigavam-se os negros de diversas maneiras, muitas ainda nem citadas em
livros escolares”.
(...) O sangue derramado
também era vermelho.
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico
Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios,
Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela
ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema
(romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval
do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do
Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário
romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos –
1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2013/01/os-negros.html
Se
você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário