Por: Clerisvaldo
B. Chagas, 20 de dezembro de 2012. Crônica
Nº 933

Dos escritores da
primeira leva de Santana do Ipanema, releio (coisa rara) o mestre Tadeu Rocha e
Floro de Araújo Melo.

Em 1951,
quando eu tinha cinco anos, Tadeu lançou seu “Caderno de Geografia do Brasil”
e, em 1963, brindou os leitores com a obra “Delmiro Gouveia, o Pioneiro de
Paulo Afonso”, talvez sua obra mais conhecida. É do mestre também, entre
outras, “Modernismo & Regionalismo”, uma edição pujante que fala sobre os
movimentos literários do Nordeste e dos insignes dessa literatura. Maceió tem
interesse particular no livro do santanense que não deixa de citar movimentos
da sua terra.
Floro de
Araújo Melo, nascido também no tempo de Santana vila, possui várias obras
publicadas, porém, gostei de certa maneira do livro “Vim para ficar”, editado
no Rio de Janeiro em 1981, pela editora Borsoi. O autor conta boa parte da sua
vida, e do seu sofrimento desde que deixou a sua terra para estudar em Maceió e
depois no Rio de Janeiro, aonde veio a falecer. Como fonte de pesquisa, é
importantíssimo para algumas áreas da Educação e clareia muito bem uma época
ainda dominada pelo carrancismo familiar. Nunca pude me desfazer desse
simpático livro o qual o autor me faz autógrafo carinhoso.
Minha preferência,
contudo, sempre recai no meu autor santanense preferido Oscar Silva,
pertencente à mesma leva dos primeiros escritores. “Fruta de Palma”, sua
primeira obra publicada, me cativa pela simplicidade e modo de dizer as coisas
pela boca de um homem criado com avó, combatente contra a fome, a seca e a miséria.
Um guerreiro com “G” maiúsculo saído da região do riacho João Gomes para o
mundo. O mundo das volantes, das revoluções, dos inúmeros e míseros ofícios, do
concurso público, da Coletoria Federal, da Literatura, cujos primeiros passos
entram no “Modernismo & Regionalismo” do conterrâneo Tadeu.
Estão aí
os três primeiros escritores de Santana mais conhecidos. Aqui e ali pingam
crônicas deste autor que procura chamar à responsabilidade, estudantes da terra
que não podem deixar no esquecimento os valores maiores de um povo. Os ventos
sopraram hoje para os lados de TADEU, FLORO E OSCAR.
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA
– CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Até setembro
de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um
Rio Macho (paradidático); Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda
Lajeado (romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de
Santana do Ipanema(história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2012/12/14_20.html
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogsapot.com
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