Por: Clerisvaldo
B. Chagas, 26 de dezembro de 2012. Crônica
Nº 936

Eita, meu
amigo velho, como foi o seu Natal? Espero que tenha sido no mínimo,
reconfortante junto aos familiares. Aqui neste Sertão de guerra, cada um fez
como podia, diante de uma temperatura supimpa e do Sol desencorajador.
Funcionário público municipal sem o décimo no bolso, água faltando nas
torneiras, céu limpo e risonho e dinheiro alheio
circulando no comércio. Os gritos insistentes das propagandas continuam como
nos tempos medievais. Carros de som extrapolam os decibéis, ocupam todos os
espaços das ruas, tentando futucar nos bolsos de quem já recebeu as notas.
Entra e sai nas lojas, pacotes pendurados, engarrafamento no trânsito, falta de
estacionamento e nenhum guarda à vista, fazem da cidade uma nova Índia. Casas
lotéricas formam filas extravagantes, acenando com riqueza ilusória. No bar da
esquina o sujeito emborca uma, duas, três... A saideira. As igrejas estão
abertas para uma passagem rápida e leve esperança. Papéis bolam na rua
indicando endereços para dinheiro fácil. Perto do mercado um homem bigodudo
promete arrancar a cabeça do motoboy, de um murro só. E um burburinho de gente
zoa como abelhas tontas em torno do enxu.

Imagem:
Wikipédia
Durante a
noite dessa véspera natalina, os retardatários ainda estão palmilhando os
mercados em procura de carne, bebidas e outros produtos que escasseiam nas
prateleiras. Muitos se recolhem a casa, em preparo para a ceia importada,
nacional ou particularmente sertaneja, de acordo com as posses, tentando um
conforto espiritual na reunião familiar. Outros vestem as melhores roupas e vão
ao desfile pelos restaurantes de luxo. Lá fora o movimento dos bairros mais
distantes vai rareando deixando as avenidas sem ninguém. Afinal, a noite é
mesmo dedicada à família.
No amanhecer,
com o Sol torrando tudo logo cedo, as ruas estão numa ressaca grande, sem um pé
de pessoa para fazer rastro. Até as árvores estão preguiçosas e não querem
executar balanço algum. Urubus rondam no voo rasteiro sob o mata crestada da
periferia e, os pardais em bandos, procuram mais tristes as malocas dos
telhados. Os garis não passam; o vendedor de leite não vem; uma tristeza quente
invade o tempo de final de dezembro. Papai Noel? Não sei. O menino Jesus passou
ontem à noite, papai Noel não sei onde ficou.
E se você
perdeu a oportunidade de ser feliz durante o Natal, tenha calma e fé. Ainda
resta O ANO NOVO.
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA
– CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo
(depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua
vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então,
Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no
Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo
retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou
novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene
Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise.
Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de
Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de
Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em
Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse
período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio
Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família.
Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no,
então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno
Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois
concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a
Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia,
Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos
de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions,
Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael
Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira
— onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água
das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

Até
setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema,
um Rio Macho (paradidático); Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda
Lajeado (romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana
do Ipanema(história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
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