Por: Clerisvaldo B. Chagas, 2 de
novembro de 2012. Crônica 899 (poesia)

O VAQUEIRO
Quando resolvi
na vida ser vaqueiro
O
meu terno quem fez foi mestre João
Mandei
desenhar no meu gibão
Uma
flor que tem no tabuleiro
Era
marca de um olhar verde e ligeiro
Pra
esconder de uma forma o nome dela
Já
o mestre Alexandre fez a sela
Costurada
bem feita a bom capricho
Rompedora
de pau e carrapicho
Combinando
nos couros da titela
No
dia da estreia bebi pouco
Botei
rapadura em um alforje
Rezei
bem baixinho pra São Jorge
Açulei
o cavalo como louco
Não
ouvia os companheiros, me fiz mouco
Nas
caatingas cinzentas da ribeira
Pau
e pedra espinho e bagaceira
Só
era o que via em minha frente
Difícil
colocar freio nos dentes
Quando
bate a coragem verdadeira
Criei fama
correndo nos torneios
Muitos
me chamavam campeão
Nas
doidices que fiz nesse sertão
Fui
sempre fiel aos meus arreios
Amores
chegavam nesses meios
Confortando
as carreiras que havia
As
aves que trinavam todo dia
Saudavam
o vaqueiro nordestino
Eu
guardava tudinho como hino
De
amor, de oração e de alegria
Certa feita
ao correr em um grotão
Nas
quebradas do sítio fiquei só
Bem
diante de um pé de mororó
O
cavalo quebrou a sua mão
Fiquei
espetado e sem ação
Acabou-se
o vaqueiro nesse estado
E
se agora eu conto o resultado
É
que o dia não era pra correr
Quebrei
o preceito e o saber
Era
o dia completo de finados
Autobiografia
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA
– CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual
Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de
Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
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