quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O PADRE TARADO DO SERTÃO


Por: Clerisvaldo B. Chagas, 1º de novembro de 2012. Crônica nº 897

Nos anos 60 corria a fama de um padre que fumava e conquistava as mulheres casadas da sua paróquia e região. Muitas piadas foram feitas falando sobre o padre tarado. Lembro que estudando em Maceió ouvia os colegas de classe contando às anedotas que envolviam o vigário de um município sertanejo de Alagoas. Ainda quando rapazinho conheci a figura do galã no povoado Pedrão (pé) onde passava minhas férias. Pernas cruzadas, óculos escuros, fumando, ali estava a figura marginalizada da Igreja. O tempo passou, o padre morreu e há uns quinze anos, um senhor contou-me uma interessante passagem acontecida com o vigário no povoado Candunda, que faz parte do município de Piranhas. Por isso ou por aquilo, o padre foi atacado por alguns membros de uma família ignorante e valente que havia por ali. O mais velho que era o chefe, procurava catar o padre com uma faca enorme. O vigário pulava mais do que macaco, tentando livrar-se das facadas que cortavam o espaço perigosamente. A batina esvoaçava e o padre gritava por “misericórdia”, virando-se em ágil atleta para livrar-se dos golpes desferidos. Na hora, o bandido atacante ironizava: “Que Zé das Cordas que nada! Hoje você morre, seu fio da peste!”. Alguém ali intercedeu pelo padre que terminou escapando pelo pau do canto como se diz no sertão.

Atualmente vamos conhecendo pela mídia casos e mais casos de religiosos que se desviam das suas funções. São pedófilos, são conquistadores de mulheres, são os que buscam garotos de programas e assim por diante. Religiosos de inúmeras religiões, pois agora o que mais prolifera no Brasil, é vender o nome de Jesus. Quando os desvios não são feitos por uma via, são realizados por outra. Os escândalos dos roubos e a exploração dos fiéis estão sempre estourando em todos os lugares do mundo, mas o Brasil parece que comanda. E a Justiça, quando parte para esse negócio de religião, de fé, de crença, parece ser mais lenta do que já é. E vão se misturando no país, a violência que não para de crescer, a corrupção e escândalos religiosos, como se somente um milagre acontecesse para normalizar tudo. Um milagre vindo do céu ou a vez da força bruta como o caso do PADRE TARADO DO SERTÃO.

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL
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Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).



http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2012/11/o-padre-tarado-do-sertao.html

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