Por: Clerisvaldo B.
Chagas, 26 de novembro de 2012. Crônica Nº 915

MANGAÇÃO
DE BEM-TE-VIS
Sol de
rachar na capital mais bonita do Brasil. Vamos tentando uma vaga no
estacionamento do Sanatório. Paciência aqui, habilidade ali e o sedan ocupa o
lugar deixado por um freguês. Além da alta temperatura e do trânsito impiedoso,
altos ruídos irritantes como de tábuas jogadas ao chão. Era apenas a tampa
solta de um bueiro no meio da rua, entre a unidade de saúde e o terminal
rodoviário. Um carro atrás do outro passando por cima e a tampa cantando feito
a peste! Ninguém, absolutamente ninguém dali, tentava resolver o problema pelo
menos telefonando para o órgão responsável. De segundo em segundo a tampa do
bueiro batia: papá, papá... E um bem-te-vi zombava na hora: Tiiiiii! E esse tal
de: “papá, papá, tiiiiii!”, irritava até defunto se tivesse por acolá. Era onde
o estacionamento gratuito saía caro. Daí a pouco o bem-te-vi desceu e foi se
refrescar numa espécie de chuveirinho em ar condicionado, na parede do prédio.
A água escapulia e molhava a grama do jardim. Outra ave semelhante foi fazer
companhia à primeira, mas nem perguntem se era um casal, pois hoje em dia,
macho e fêmea se confundem. O sacana do bueiro tá na rua, nos gritos da tampa.
As aves, mesmo no banho ligeiro, sem sabonete e toalha, não param de mangar da
tampa. Ou será mangando do prefeito, do secretário de obras, dos serviços marca
bufa de firmas terceirizadas?!
Resolvido o
assunto particular, ré na máquina e adeus as duas aves, espécie que invade a
cidade com a destruição das matas. Os que trabalhavam nas imediações
continuaram alimentando a irritação até que um acidente muito grave pudesse
divertir os espectadores.
Lá à frente,
passa um lampejo da existência numa carreira proibida. Momentos felizes são
como pistas de qualidade com direito à sinalização completa. As margens são
ajardinadas, multicores e odoríferas que embalam o viajor. Mas nem sempre pode
se contar com ventos favoráveis. Nos momentos mais difíceis a esperança não
deixa de levar pancadas. E se não existir no peito uma Fé criada com raiz, no
início, iremos sofrer muito mais na fase da tampa solta do bueiro e na MANGAÇÃO
DE BEM-TE-VIS.
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA
– CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico
Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios,
Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela
ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema
(romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval
do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do
Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário
romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos –
1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Até
setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema,
um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda
Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana
do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blogno portal sertanejo Santana Oxente, onde
estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2012/11/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_26.html
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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