segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A SENHA DO CABRA


Por: Clerisvaldo B. Chagas, 19 de novembro de 2012 - Crônica Nº 910

 

A SENHA DO CABRA

Os cidadãos de certa sociedade santanense foram convidados para um passeio à fazenda de um deles. A fazenda ficava no município de Pindoba, já na Zona da Mata de Alagoas em lugar aprazível de montanhas. Além de um dia de lazer diferente, todos poderiam conhecer a pequena cidade de Pindoba, cuja palavra representa um tipo de palmeira da região. O coco da planta pindoba era usado para se fazer cachimbo pelos antigos índios e quilombolas da Mata Atlântica ou Floresta Tropical. Um dos excursionistas, Juca Alfaiate, mestre da tesoura e seresteiro nas horas vagas, contou que foi surpreendido na entrada da fazenda do fiscal de rendas José Pereira Mendes por um cabra em traje de cangaceiro, armado até os dentes. Com a maior cara de pau, o capanga pediu a senha de entrada. Receoso, o convidado ficou plenamente sem ação. Foi aí que o cabra entregou-lhe uma caneca, uma garrafa de aguardente e engatilhou o rifle. Descoberta a senha do cabra, Alfaiate virou uma golada e saiu rindo daquela inusitada brincadeira. Lá adiante, todos comentaram o susto que levaram com a seriedade desaforada do sujeito.

A vida da gente vai se desenrolando entre altos e baixos pelos caminhos infinitos. O que parece gigante, muitas vezes se torna pequeno e, aquilo que nos parece mínimo se agiganta. O pessimista sempre contempla nuvens negras em céu azul. O otimista às vezes chega a ser ingênuo, mas que a caminhada por esse mundo continua sendo um mistério continua. Entre a normalidade e a loucura, entre a vida e a morte, existe apenas um fio tênue que faz a diferença. Tem razão o poeta quando diz que a vida é uma luta e viver é combate permanente. A falta, entretanto de uma religião, de uma crença, a negação de Deus, torna mais difícil e angustiante momentos críticos experimentados por todos. Dizem, porém, que não devemos ficar somente no negativo achando que tudo que iremos fazer não vai dar certo. Quantas e quantas vezes esbarramos aos pés de um gigante e nos sentimos impotentes! Todavia, quando o pensamento se eleva ao Senhor dos Mundos, logo o titã ameaçador desaparece e o horizonte volta a nos sorrir. Esta é a solução que devemos conduzi-la para não sermos surpreendidos como o Juca Alfaiate pela provocativa e dentuça vigilância de Pindoba, simplesmente A SENHA DO CABRA.

Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
  
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

  Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático); Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado (romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema(história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).

  
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br


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