Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 877

SEU UPA E SEU CUPA
Santos, cidade
do estado de São Paulo está localizada no litoral. É considerada a 18º mais
rica do país e tem algumas atrações que ficaram famosas no Brasil inteiro. Sua
catedral em estilo neogótico, surpreende o turista pela sua beleza.
Bondinho.
(Foto: Wikipédia).
O seu porto
chama atenção pela quantidade de navios encontrados no cais, sendo ainda o
maior da América Latina. Suas praias são formadas de areias amareladas,
diferentes das alvas praias do Nordeste. É divulgado em todos os lugares o
tamanho do seu jardim na orla, considerado o maior do mundo. O estádio da Vila
Belmiro é sempre uma atração à parte, lembra Pelé e as grandes conquistas do
time santista. Não se pode esquecer a paisagem vista de cima do Monte Serrat.
Ali me deparei com um belo cenário, ocasião em que o guia, falava dos dois
bondinhos que transportavam os turistas para cima e para baixo do monte. Usando
a linguagem chula, falou que eles se chamavam “Seu Upa” e “Seu Cupa”. Depois
complementou cheio de malícia: “Quando Seu Upa sobe, Seu Cupa
desce” e encerrou todo sorridente com a piada particular.
Estamos vivendo
mais uma vez eleições para prefeitos e vereadores. A semana última dos comícios
vai agitando tudo e muitas novidades aparecem quando os cabras deitam falações.
Ficamos, então, sabendo coisas que o diabo duvida, através dos próprios
candidatos que revelam as cargas de defeitos dos oponentes. Os foguetes cortam
os ares na gastança contínuas dos políticos, afugentando os cães que perambulam
pelas ruas. Os postes de combustíveis nunca venderam tanto para carreatas e
outras manobras que os homens planejam. Não podendo mais realizar espetáculos
musicais onde gastavam fortunas, os postulantes inventam mil bramuras para
atrair os incautos. Carros rodam dia e noite pelas estradas vicinais em procura
de voto vacilante. As promessas dobram, miraculosas com sempre. Todos querem
aparecer com os nomes nas paredes, nos postes, nos automóveis, nas bandeiras
sustentadas pelos alugados. A Justiça vai acompanhando o movimento para
assegurar uma eleição escrupulosa e as manobras costumeiras dos viciados.
Diante de
tantas coisas acontecendo, muitos candidatos sobem e outros descem. Os
candidatos péssimos quando sobem, maltratam o povo. O candidato peste é “Seu
Upa”, o povo “Seu Cupa”. Não vemos muita diferença com o que acontece no Monte
Serrat, entre “SEU UPA” e “SEU CUPA”.
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas,
São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou
na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na
cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida
social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de
Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do
diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito
da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia
Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico
Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios,
Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela
ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema
(romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval
do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do
Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário
romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos –
1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Nenhum comentário:
Postar um comentário