quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SEU UPA E SEU CUPA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 877 
Clerisvaldo B. Chagas

SEU UPA E SEU CUPA

Santos, cidade do estado de São Paulo está localizada no litoral. É considerada a 18º mais rica do país e tem algumas atrações que ficaram famosas no Brasil inteiro. Sua catedral em estilo neogótico, surpreende o turista pela sua beleza. 

Bondinho. (Foto: Wikipédia).

O seu porto chama atenção pela quantidade de navios encontrados no cais, sendo ainda o maior da América Latina. Suas praias são formadas de areias amareladas, diferentes das alvas praias do Nordeste. É divulgado em todos os lugares o tamanho do seu jardim na orla, considerado o maior do mundo. O estádio da Vila Belmiro é sempre uma atração à parte, lembra Pelé e as grandes conquistas do time santista. Não se pode esquecer a paisagem vista de cima do Monte Serrat. Ali me deparei com um belo cenário, ocasião em que o guia, falava dos dois bondinhos que transportavam os turistas para cima e para baixo do monte. Usando a linguagem chula, falou que eles se chamavam “Seu Upa” e “Seu Cupa”. Depois complementou cheio de malícia: “Quando Seu Upa sobe, Seu Cupa desce” e encerrou todo sorridente com a piada particular.

Estamos vivendo mais uma vez eleições para prefeitos e vereadores. A semana última dos comícios vai agitando tudo e muitas novidades aparecem quando os cabras deitam falações. Ficamos, então, sabendo coisas que o diabo duvida, através dos próprios candidatos que revelam as cargas de defeitos dos oponentes. Os foguetes cortam os ares na gastança contínuas dos políticos, afugentando os cães que perambulam pelas ruas. Os postes de combustíveis nunca venderam tanto para carreatas e outras manobras que os homens planejam. Não podendo mais realizar espetáculos musicais onde gastavam fortunas, os postulantes inventam mil bramuras para atrair os incautos. Carros rodam dia e noite pelas estradas vicinais em procura de voto vacilante. As promessas dobram, miraculosas com sempre. Todos querem aparecer com os nomes nas paredes, nos postes, nos automóveis, nas bandeiras sustentadas pelos alugados. A Justiça vai acompanhando o movimento para assegurar uma eleição escrupulosa e as manobras costumeiras dos viciados.

Diante de tantas coisas acontecendo, muitos candidatos sobem e outros descem. Os candidatos péssimos quando sobem, maltratam o povo. O candidato peste é “Seu Upa”, o povo “Seu Cupa”. Não vemos muita diferença com o que acontece no Monte Serrat, entre “SEU UPA”  e “SEU CUPA”.

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


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