Por:
Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 889

Quem gosta
de tomar umazinha, tem um lugar danado de bom, para isso! Trata-se do Museu da
Cachaça, situado no Km 205, na Rodovia Comendador Pedro Monteleone, no
município de Catanduva, região do noroeste paulista. O citado museu fica dentro
do Engenho Santo Mário, onde são produzidos trinta mil litros de bebida ano.

Senhor Mário e o Museu. Foto (Divulgação).
O oásis de
quem gosta, funciona das segundas as sextas, das 8h às 18h e nos finais de
semana, das 8h às 12h. Para quem ainda não descobriu esse local, é bom saber
que ele funciona há 29 anos e é visitado por milhares de pessoas todos os
meses. O museu possui sete mil garrafas de cachaça, com 3.812 marcas da
“branquinha”. O museu vem da realização do imigrante filho de italiano, Mário
Seghese. Mário faleceu, mas o filho Sérgio Seghese, toma conta do patrimônio.
Portanto, se o amigo gosta desse tema exótico e curioso, é só fazer uma visita
ao local, pois ali se vende a bebida e ainda se dispõe de quiosques para
descanso. (Não é bom beber e dirigir em seguida).
Se fôssemos somente
falar de bebidas e fatos correlatos, um livro seria pouco. Mas o museu me faz
lembrar o farmacêutico Moreninho, de Santana do Ipanema, AL. Convidado que foi
por um matuto a quem havia feito um benefício, Moreninho foi bater no sítio do
homem. Já era noite quando o matuto se prontificou dizendo que pedisse o que
quisesse que ali havia de tudo. O farmacêutico, chegado a um bom uísque, havia
levado o seu litro e testou o matuto pedindo água de coco. O homem desapareceu
na escuridão e de repente surgiu trazendo logo um cacho completo do fruto.
Moreninho vibrou mais do que corda de viola. Convidou o homem para um drinque e
uma loa. O agricultor não se fez de rogado. Moreninho, então, citou uma
quadrinha decorada:
“A cachaça é
moça branca
Filha do pardo
trigueiro
Quem bebe
muita cachaça
Não pode
juntar dinheiro”.
E virou o
copo de uísque. O matuto antes de beber sua cachacinha, falou:
A cachaça é
moça branca
Filha dos
seiscentos diabo
Tu que sobe
pra cabeça, peste,
Por que não
desce pra o rabo!.
Moreninho
abriu-se numa gargalhada gostosa, dizendo: “Eita matuto f’i da peste!”.
Aos amigos que
irão visitar o museu, todo cuidado em saber se a pinga sobe ou desce. Temos
quase certeza que esses dois últimos personagens teriam gostado muito de
conhecer O MUSEU DA CACHAÇA.
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual
Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de
Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
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