Por Clerisvaldo B.
Chagas, 8 de setembro de 2015. - Crônica Nº
1.485
Hélio Rocha
Cabral de Vasconcellos, pertencente à família tradicional de elite, os Rocha,
foi prefeito de Santana do Ipanema no período 1956-1960. Fleuma de irlandês,
intelectual, foi no final do seu governo e início da gestão Ulisses Silva que a
cidade passou quatro anos no escuro. Uma fase enormemente proveitosa para os
idílios receptivos dos meus embornais.
No ano 2005,
morando há muito em Maceió, o ex-prefeito lançou pequeno livro de apenas 24
páginas, sem editora. Pequeno em tamanho, rico em conteúdo, o lançamento,
entretanto, deu fôlego para os pesquisadores da história do sertão e suas
periferias. Com o título Coronéis do sertão e sertão do São Francisco
alagoano,cooperou significativamente com o livro “Lampião em Alagoas”, em
nossa parceria com o escritor Marcello Fausto.
Havíamos
comentado o livro, antes, porém, por outro prisma. É pena o autor não ter
apresentado todos os coronéis da época dos quatro assinalados, naturalmente, os
que mais lhe chamaram atenção e se encaixaram nos seus objetivos.
José Rodrigues
de Lima, coronel de Piranhas, muito famoso na época era inimigo de Virgolino
Ferreira, o Lampião. Após ser assassinado em Maceió, ao retornar de uma sessão
de cinema (1927) caiu um silêncio pesado em torno de si, tornando dificílimo
encontrar-se alguma coisa para pesquisar a seu respeito.
Outro coronel
descrito por Hélio é Ulisses Luna, que comandou a política na cidade de Água
Branca. Foi ele quem deu guarida ao recém-chegado à região, Delmiro Gouveia e,
também, de certo modo aos familiares de Virgolino Ferreira.
Delmiro da
Cruz Gouveia, outro dos quatro coronéis, depois manteve laços de
amizades com a família Rocha, através do quarto coronel: Manoel Rodrigues da
Rocha. O primeiro, na fazenda, depois vila da Pedra, no alto sertão e este em
Santana do Ipanema.
O livro
representa parte da história sertaneja alagoana do primeiro quarto do século
XX. É possível que a Biblioteca Pública Municipal de Santana disponha de pelo
menos um exemplar.
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