Por Rangel Alves
da Costa*
Além da vida,
Deus nos presenteia a cada momento. São presentes simples, ternos, singelos,
mas com tamanha grandiosidade e perfeição que nos deixam com o olhar em prece.
E prece diante de uma oração da natureza, da vida, da dádiva maior de um Deus
bondoso demais. Não há quem não se encante ante a beleza das cores de um
alvorecer ou de um pôr de sol, perante o manto que encobre um jardim primaveril
e até o leque ocre e acinzentado no arvoredo outonal. O canto do passarinho, o
colibri planando e beijando a doçura da flor, o orvalho que noturnamente chora
sua lágrima de alegria e contentamento, o girassol girando em busca dos raios
de sol, o cafezal em flor de brancura singela, a semente brotando na terra
molhada da aridez sertaneja. Só mesmo Deus para nos presentear com a magia da
chuva caindo ao anoitecer, com os pingos anunciando a vida, trazendo esperança
e salvação. Pelos vales, montes e montanhas, o silêncio trazendo sopros
angelicais. Um pequeno córrego que vai se alastrando, tomando espaço, até
formar um rio imenso, que depois desagua na imensidão do mar. A graça do fruto
que brota nos escondidos da mata, a grandeza das espigas se abrindo para o
alimento da vida. Aquela vastidão chamada horizonte e a última revoada do dia.
Olhos que avistam e agradecem, corações que pulsam e se enternecem, e tudo
comunga para dizer: obrigado Senhor!
Poeta e
cronista
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