terça-feira, 14 de julho de 2015

QUESTÃO DE PRIORIDADE

Por Caio Cesar Muniz

A descoberta foi do sempre atento jornalista Magnos Alves: no apagar das luzes das festividades do Mossoró Cidade Junina deste ano, a Prefeitura Municipal de Mossoró liberou mais 600 mil reais por meio de um Termo de Aditivo para, segundo o Pregão Presencial nº 037/2015 “contratação de empresa especializada na prestação de serviços de Planejamento, Marketing, Promoção, Organização e execução de Eventos Culturais”.

Eu fico cá com meus botões observando como é fácil, quando se elege prioridades, liberar recursos para o que se quer. Mesmo um valor tão significativo, mais de meio milhão de reais.

O que se poderia fazer com 600 mil reais em Mossoró nos dias atuais mais importante do que a contratação de uma “empresa especializada” em tão nobres artifícios?

É interessante perceber o discurso das “reduções de custos por conta das leis de responsabilidade fiscais”, discursos das dificuldades enfrentadas pelo município por conta de redução de IFPM, royalties e tudo mais e ao mesmo tempo ver o esbanjamento de recursos para o que realmente é conveniente ao poder público.

O custo total dos festejos juninos de Mossoró ultrapassa os três milhões de reais e não são poucas as críticas de todos os lados por problemas de toda natureza. Alguns apontam como um dos mais desastrosos dos últimos anos.

Cultura? Ah, meu Deus! Isto é cultura no olhar de quem nos observa lá de cima com pires na mão. Figuras que nos dão “não” com um sorriso no rosto.

Todos os dias ouvimos artistas reclamando de as faltas de pagamentos, alguns vencidos há mais de um ano. Todos os dias sabemos de mais um descalabro contra aquilo que realmente deveria ser importante à cultura de um povo.

O pior é que não se pode dizer nada. Quem assim o fizer está agindo contra o crescimento da cidade, dizem os “assessores”. Que passe logo este ano. Que venha o ano que vem e que venham novos gestores, seja lá ele quem for e que traga novos pensamentos. Que venha logo para o bem de Mossoró.

Caio César Muniz

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