Por José Romero
Araújo Cardoso e Marcela
Ferreira Lopes
O município paraibano de Santa Cruz, que faz divisa com o Estado do Rio Grande
do Norte, localizado a cerca de 18 quilômetros de Alexandria, possui dois
distritos – São Pedro, caminho para São Francisco do Chabocão e Casinha do
Homem, cuja via de acesso encontra-se à direita da rodovia que leva à
supramencionada urbe norte-riograndense.
Visitamos as referidas localidades em datas distintas, respectivamente em 22 de
março e 09 de junho de 2015, quando buscamos implementar análise geográfica,
embora superficial, marcada mais pelo empirismo, pela observação in loco das
condições apresentadas por ambos, quer pela cientificidade definida em dados
mais concisos, como indicadores referentes as duas localidades, os quais
poderiam definir com exatidão a notória diferenciação que a olhos vistos se descortina
a contemplares geográficos.
São Pedro apresenta-se com via de acesso mais favorável tanto para os moradores
como a quem lá se destina, com infraestrutura satisfatória, contando com
pavimentação a paralelepípedos graníticos, casas bem construídas, escolas e
comércio movimentado.
É percebível rugosidade importante referente a existência da estação de
trem da extinta ferrovia Mossoró-Sousa, a qual sintetiza a ênfase que teve esse
distrito de Santa Cruz em épocas passadas. Além desse município paraibano,
único no Estado a ter duas estações ferroviárias, sendo uma na sede municipal,
sendo que Caraúbas e Alexandria, no Rio Grande do Norte, tiveram essa primazia.
Em contrapartida, a estação de trem de Santa Cruz (localizado na sede do
município), por sua vez, não há nada que lembre o que foi no passado a suntuosa
edificação, quando pessoas e mercadorias eram embarcadas em direção a Sousa e
aos municípios potiguares servidos pela concretização do sonho de Ulrick Graf.
O distrito de Casinha do Homem, por sua vez, revela-se um pouco defasado,
apresentando ruas ainda descalçadas, acesso problemático, o qual com certeza se
exponencializa quando dos períodos chuvosos, casas pouco sofisticados, sendo
algumas observadas com construção precária. Existe escola no lugar, a qual foi
reformada recentemente, porém, não foi possível observar as condições que a
mesma apresenta dentro de exigências pedagógicas. A praça tem infraestrutura
regular, embora serviços urbanos ainda estejam sendo concluídos.
Nota-se fatores marcantes existentes entre São Pedro e Casinha do Homem,
perfazendo assim traços individualizados no processo de produção geográfico do
município de Santa Cruz, pois são claramente verificadas as diferenças.
Chegar ao distrito de Casinha do Homem torna-se um desafio constante, tendo em
vista o estado em que se encontra a via de acesso à sede municipal, cheia de
impedimentos como, por exemplo, alguns animais na pista que exigem atenção
redobrada. Terrenos arenosos em vários locais dificultam ainda mais o
deslocamento de pessoas e mercadorias, tendo em vista a grande dependência com
relação a outros lugares, incluindo Santa Cruz.
A geografia humana dos dois distritos santa-cruzenses difere radicalmente, pois
afabilidade e cortesia no que se refere às relações humanas ficaram patenteadas
pela forma como as pessoas reagiram a nossa chegada ao distrito de casinha do
homem.
[1] José
Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-Adjunto IV do Departamento de
Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial
(UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio
Ambiente (PRODEMA/UERN).
[2] Marcela
Ferreira Lopes. Graduada em Geografia-UFCG/CFP. Especialista em Educação de
Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária-UFCG/CCJS. Graduanda em
Pedagogia-UFCG/CFP. Membro do grupo de pesquisa (FORPECS) na mesma instituição.
Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do "Cangaço" José Romero de Araújo Cardoso
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