Por Francisco de
Paula Melo Aguiar

O amor procura
o amor como o estudante que para a escola corre:num instante.Mas,ao se afastar
dele,o amor parece que se transforma em colegial refece.
Romeu e Julieta
Desde
criança que aprendi com meus pais e demais familiares de que a escola é o lugar
dedicado ao estudo. Quando o tempo já começa a branquear os meus cabelos e
tenho de recorrer a tecnologia da modernidade para fazê-lo ficar preto por
setenta e duas horas, venho descobrir de que “schole” é um termo grego, que
etimologicamente falando quer dizer lugar de lazer consagrado ao estudo e bem
assim, lugar onde se ensina algo a quem quer aprender e ou não aprender. Assim
sendo, a escola, enquanto instituição de ensino formal deveria pelo menos ser
um lugar de lazer, que infelizmente não vem sendo assim, pois, em qualquer
parte do mundo o referido lugar sagrado e dedicado ao saber vem sendo invadido,
violentado e transforma-se assim em lugar de pratica de crimes os mais diversos
possíveis, desde o bullyng a assassinatos no seu interior. Aí então vejo que o
termo genérico “escola” que designa ainda instituição de ensino, passa a ter
outro significado do tipo terra sem lei, lugar de ninguém, e por aí vai... não
são poucas as noticias que se tem conhecimento sobre espancamentos, mortes,
pontos de drogas, etc., gerados e gerenciados por gangs dentro de escolas no
Brasil e no Mundo. É evidente de que o Padre Vasconcelos enfatiza de que “Ninguém
nasceu para ser guarda de museu. Mas para edificar, deixar rastro, abrir
escola, constituir família, ditar filosofia, ficar como modelo de muitos”. É
isso é fato.
Escola é escola em qualquer parte do mundo, não importa que seja de Educação
Infantil, Educação Básica, de Educação Superior e ou de Educação pós-superior:
especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado, etc. se tem conhecimento de
isso é apenas uma questão de nomenclatura, pois, tudo isso depende
exclusivamente por uma questão de uso, se a escola é primária, secundária,
superior e pós-superior. Tudo é escola e ponto final. Por outro lado, o termo
escola também é empregado para chamar a atenção do fato tradição intelectual
onde a continuidade do discipulado e ou adeptos de um grande e ou pequeno
pensador em determinado ramo ou área do conhecimento enquanto saber acadêmico,
sendo esse conhecimento tradicional, onde apenas reproduz os valores da
sociedade atual e ou do passado, e bem assim poderá ser também um conhecimento
renovador, em termos transformador, onde procura incentivar uma educação e ou
escola critica da sociedade passada e presente visando novos tempos, uma
espécie de solução para “todos” os problemas da humanidade até então não
resolvidos pela ciência que se conhece e ou se tem conhecimento. Isso pode ser
no campo do ensino, da educação, do direito, da medicina, da engenharia, etc.
Então isso significa dizer de que os discípulos de um determinado mestre devem
continuar seus ensinamentos dentro e ou fora da escola, transmitindo sempre o
que aprendeu para as novas gerações. A continuidade só pode ocorrer através do
aprendizado dos discípulos, alunos dos mestres do passado e ou do presente,
através da missão de repassar seus conhecimentos aos futuros discípulos. E
assim por diante.
Quando acadêmico do curso de Pedagogia na UFPB, nos idos anos de 1976/79, tenho
lembrança de que estudei diversos educadores do passado e do presente, dentre
os quais, posso lembrar, por exemplo, Pestalozzi (1746-1827), educador
importante para sua época e ainda para os dias atuais, pois, se sabe que foi
ele que inaugurou novos métodos de ensino, bem como, também vi falar e tomei
ciência própria da chamada Escola Kantiana e ou Hegeliana. E lá se foram mais
de trinta e seis anos que me separa dos bancos acadêmicos do curso de graduação
em Ciências da Educação (Pedagogia), mesmo assim com tanta evolução da escola
nos últimos tempos, em termos de locais físicos e ou virtuais onde se ministram
o ensino formal e ou envolvendo as demais tipologias institucionais de ensino,
segundo os novos padrões técnicos determinados pelas autoridades federais,
estaduais e municipais, em termos de sistemas e ou redes de ensino público e ou
privado, visando garantir as condições mínimas em termos de higiene, segurança,
luminosidade, proteção contra intempéries, bem como toda e qualquer outra
condição, inclusive de fornecimento de merenda escolar, de livros, de cadernos,
de saúde para o aluno, acompanhamento didático psicopedagógico, etc., tudo isso
para propiciar e melhorar a qualidade do ensino na rede pública. Infelizmente,
em um país como o Brasil, enquanto professor, entendo que a corrupção é o
inimigo número um que deve ser combatido pela população quando da escola de
seus governantes, pois, se sabe que sempre se alega a falta de recursos
públicos para serem investidos na educação, isso acontece nos grande e pequenos
municípios. Diante de tal comportamento por parte de quem governa em termos
federal, estadual e ou municipal, o que se resta para o povo que precisa
estudar em escola pública é justamente a construção de escolas humildes,
paupérrimas em todos os sentidos nas zonas urbanas e rurais. As municipalidades
sempre alegam de que os recursos são poucos, que não recebem as verbas federais
devidas para educação, para saúde, etc., e o choro é grande... e por outro
lado, as denuncias que se transformam em processos criminais e administrativos
são inúmeros pelo Brasil afora, tendo em vista os desvios para outros fins e
outros interesses internos e externos em cada nível de gestão administrativa. E
assim sendo, ainda é grande em termos de dispersão geográfica da população em
idade escolar que necessita de freqüentar as escolas em todos os níveis do
saber nos termos da Lei nº 9394/96. É fato e contra fato não tem argumento de
que o magistério nacional vive sacrificado diante de sua formação continua e
ainda até mesmo dos baixos salários recebidos e quase que não existe ainda a
educação integral para o alunado e bem assim para o professorado. Parece mais
com aquele chavão que o professor brinca que ensina e o aluno brinca que
aprende. E isso é lamentável. Nem mesmo através da educação à distancia, ora
implantada no país tem sido suficiente para resolver o problema da educação
formal e informal brasileira. Falta na população a cultura de querer vencer
barreiras, dificuldades, etc. Até mesmo o professorado se sente desmotivado
para continuar a caminhada dentro do magistério, alega sempre baixos salários.
Aumenta o número de professores readaptados porque não conseguem se aposentar e
muito menos voltar a gestar a sala de aula em sua plenitude. São inúmeros os
casos pessoais e individuais de professores fora da sala de aula por tais
motivos. Faz tempo de que se foi implantado no Brasil o sistema de educação
radiofônica e da TV Educativa. Tais sistemas muito e muito ajudaram para se
chegar a realidade atual daquilo que chamo de educação brasileira.
Se me fosse dado tempo suficiente para dissertar sobre tal problemática, iria muito mais longe dizendo o que vejo e o que penso sobre a escola atual que se tem no Brasil, porém, vejo que o grande problema mesmo em termo relativo é falta de “vivacidade” da escola que se tem, pois, na maioria dos casos que conheço, o mesmo professor que trabalha em uma escola pública, dita fracassada, trabalha também em uma escola privada vencedora, onde tudo dá certo, tendo em vista que quando seus alunos fazem vestibular e ou outros tipos de concursos públicos são em sua maioria os vencedores, t iram as melhores notas no ENEM, por exemplo. Então posso entendo de que “escola” não é mais o lugar do lazer, apesar de sua origem, segundo a cultura grega, assim entendo o lugar chamado de escola como sendo "aquele em que o lazer é empregado", e até porque se pode ainda dizer que é "um grupo a quem foram dadas palestras, escola”¹/2/3. Se sabe que desde a Antiguidade Clássica que se reúne alunos em local separado só para a aprendizagem, algo parecido com sala de aula dos dias atuais. Aquilo que se chama de Ensino Fundamental, provavelmente já existia na Grécia Antiga, na Roma Antiga, na Índia Antiga e também na China Antiga. Tanto é assim que o sistema educacional do Império Bizantino tinha como fundamento a partir do ensino primário. Segundo Bentley (2006), o sistema educacional primário teve inicio em 425 dC, justamente quando “[...] o pessoal militar geralmente tinha pelo menos o ensino primário [...]”, por outro lado se sabe que Bizâncio com o passar to tempo perdeu a grandiosidade da cultura romana, porém, o império teve grande eficiência nos seus manuais de guerra e que o sistema educacional perdurou até o seu colapso total em 1453 AD. A escola para continuar sendo o local de lazer tem que ter professores compromissados, com educação continuada, valorização salarial e agente de transformação cultural e educacional dos valores da sociedade tida como contemporânea, ante o desacerto do contrato social em que vivem e convivem toda a humanidade globalizada com os novos costumes e valores em termos de axiologia ética profissional e pessoa. A cultura de que se tem que tirar vantagem em tudo, inclusive brincando de ensinar e brincando de aprender, levará principalmente a juventude do século XXI ao fundo do posso onde a educação deixará de ser a única esperança de dias melhores e do bem comum da sociedade como um todo. Entendo que a escola pública brasileira, nos três níveis de sistema de ensino e de governo: federal, estadual e municipal está ao alcance de todos, porém a educação nela ainda não chegou. Vou terminar dizendo que a mente humana é uma verdadeira escola, caminho profundo para quem quer realmente aprender as coisas interessantes e também as coisas que não são interessantes, de modo que serei sempre aluno da escola da vida, tendo o mundo como meu eterno e grande mestre. Sou aluno da Escola da Vida, onde o mundo é o grande mestre.
¹ Cf.:Online
Etymology Dictionary; H.G. Liddell & R. Scott, A Greek-English Lexicon . In.:
<http://www.etymonline.com/index.php?term=school
> . Página visitada em 02/04/2015.
² Cf.: School,
on Oxford Dictionaries. In.: < http://www.oxforddictionaries.com/definition/english/school?q=school
> . Página visitada em 02/04/2015.
³Cf.: Henry
George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon, on Perseus. In.: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.04.0057%3Aentry%3Dsxolh%2F
Página visitada em 02/04/2015.
4 Cf.: Bentley,
Jerry H. Traditions & Encounters a Global Perspective on the Past. New
York: McGraw-Hil, 2006. p. 331.
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