Por Maria Luciana Rincón - 26 dez 2014
É muito provável
que no passado tenha existido muita água correndo sobre Marte, e já foram
encontradas diversas evidências que apoiam essa possibilidade. E, enquanto o
explorador espacial Curiosity continua com a missão de vasculhar a superfície
do Planeta Vermelho busca de informações sobre sua evolução, outro equipamento
da NASA — a sonda MAVEN — vem se ocupando de tentar descobrir o que pode ter
acontecido com a atmosfera do nosso vizinho.
Algumas
descobertas realizadas pela Curiosity parecem apoiar a teoria de que há bilhões
de anos existiu um vasto e profundo lago no local onde hoje se encontra a
cratera Gale. Contudo, para que tanta água pudesse ter existido no Planeta
Vermelho, Marte precisaria contar com uma atmosfera densa o suficiente para que
o ciclo da água ocorresse — e para evitar que essa água toda evaporasse.
Cratera Gale
No entanto,
basta olhar para os milhares de imagens que temos de Marte para comprovar que
aquela água toda que provavelmente existiu por lá desapareceu de alguma forma.
Uma das teorias é a de que isso ocorreu por que a atmosfera do planeta começou
a desaparecer também, até chegar ao ponto no qual já não era densa o suficiente
para evitar que a água sumisse.
Vento solar
De acordo com
Nicole Gugliucci do site ars technica, a sonda espacial MAVEN (de Mars
Atmosphere and Volatile Evolution), que faz parte de um projeto da NASA voltado
em analisar a fina atmosfera de Marte, revelou algumas informações bem
interessantes — permitindo que os cientistas possam especular sobre como Marte
se tornou um planeta tão árido.
Após
atravessar a ionosfera — que geralmente atua como primeira linha de defesa
contra os ventos solares — do Planeta Vermelho em busca de pistas, dados
coletados pela sonda revelaram que partículas carregadas oriundas do Sol
atravessam não só essa camada da atmosfera marciana, mas camadas mais internas
também.
E uma vez na
atmosfera, essas partículas reagem com as moléculas presentes ali, ajudando-as
a se libertar da ação gravitacional de Marte. Para que você entenda melhor o
que pode ter ocorrido no Planet Vermelho, é mais fácil comparar com o que
ocorre aqui na Terra. Nosso planeta também conta com uma ionosfera que ajuda a
proteger a superfície da ação dos ventos solares, além de contar com um campo magnético para complementar a defesa.
Terra x Marte
O campo
magnético terrestre — produzido pela movimentação de metais fundidos presentes
sob a crosta do planeta — ajuda a transportar partículas carregadas
provenientes dos ventos solares até os polos da Terra, e essa ação se manifesta
na forma de auroras boreais e austrais. Contudo, não bastasse o fato de essas
partículas serem capazes de penetrar a ionosfera de Marte, ao contrário da
Terra, o Planeta Vermelho não conta mais com um campo magnético.
Marte já não
possui um núcleo superquente como o da Terra e, portanto, o Planeta Vermelho
não conta mais com um campo magnético para auxiliá-lo a se defender das
partículas carregadas vindas do Sol. Além disso, ao ser menor do que o nosso
planeta, Marte produz uma gravidade menos poderosa, o que também não ajudou a
“segurar” a atmosfera do nosso vizinho no lugar.
É claro que
todas essas teorias não passam de especulação, e a os cientistas da NASA ainda
terão que avaliar muitos dados coletados pelas diversas sondas e exploradores
espaciais perambulando por — e próximo a — Marte para desvendar como ocorreu o
processo de evolução do planeta. Portanto, teremos que aguardar por mais
novidades no futuro.
FONTE(S)
IMAGENS




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