Por Clerisvaldo B.
Chagas, Santana do Ipanema, 30 de dezembro de 2014 - Crônica Nº.
2014
Maceió-AL, 28
de dezembro de 2014
Prezado
colega/professor/escritor
CLERISVALDO B.
CHAGAS, P A Z!
Li em um só
fôlego, prazerosamente, o seu “Ipanema, um rio macho”!
Será de grande
utilidade para o trabalho que ora elaboro visando os 70 anos, em 2017, do
município de Batalha, a que o nobre colega faz referência e consta como parte
de sua magnífica monografia, em seu característico estilo, especialmente na
primeira parte em seu 11° Trecho e na terceira parte (p. 49, 52/55 e 59), que
merece meus mais efusivos encômios tanto em relação ao ineditismo do tema[1] e a
escolha do título[2], quanto às
minúcias de sua descrição, fruto de um labor de campo e vivência pessoal que a
torna mais enriquecedora como inicialmente retrata em suaApresentação[3]. Parabéns,
extensivos ao povo santanense, à Academia Interiorana de Letras de Alagoas e à
Academia de Letras Arapiraquense!
O que resultou
em seu livro (a exploração do rio Ipanema percorrendo o seu leito!), apenas fez
parte de um acalentado projeto meu que não se concretizou por razões que só a
vida se encarrega de justificar porquanto tudo tem seu tempo na grande e
inolvidável lição bíblica! Será objeto tão só de um dos capítulos da minha obra
em andamento no que se refere ao torrão batalhense.
Na leitura de
seu livro, revivi momentos inesquecíveis de menino à beira do Paraíba, na minha
Viçosa (AL), cujas peripécias remontam às semelhantes lembranças ali descritas
como se deslocadas no tempo e no espaço[4]! Também me
senti como se estivesse um pouco em sua companhia naquela empreitada por
recordações de passagens em função do trabalho por terras santanenses, quando
frequentava o festejado Biu’s Bar e Restaurante[5].Chamou-me a
atenção um dos Fatos pitorescos[6] ali
narrados na página 52 como episódio folclórico uma vez que volve à
contemporaneidade de minha permanência em torrão batalhense e que no pé desta
página forneço, para seu conhecimento, a identificação do personagem ali
evidenciado, figura que, na sua condição, era vista com carinho pela população,
apesar dos mais rígidos preconceitos da época.
Em sua obra
que não se restringe ao acidente geográfico mais marcante da região,
encontramos aspectos de historiografia, de sociologia, de botânica, de
economia, cultura popular etc. num encanto de literatura rememorativa.
Destaco a
ênfase dada a alguns momentos de sua histórica expedição:
“Nós entramos
no trecho mais difícil de todo o percurso”. (p. 53);
“Muitas vezes
tivemos que nos afastar do rio por ser impossível passar por ali”.(p. 54);
“Vocês vem de
Batalha a pé?! Valha-me Deus! Já andaram até aqui quarenta km e ainda tem
dezoito para a foz do rio”.(p. 55);
“As máquinas
fotográficas emperraram e não quiseram disparar na foto de uma caverna rasa na
qual fizemos pose. Daí em diante deixamos de fotografar as coisas mais
fantásticas que nós vimos”.(p. 55);
“Foi nesse
ponto a visão mais fantástica de toda a viagem...Era um espetáculo tão
grandioso e aterrador que eu tive a impressão de está em outro planeta”. (p.
57);
“Passamos a
contemplar a última beleza do rio: um paredão de mais de setenta metros em pura
rocha desnuda, vertical na margem esquerda. ... Novamente parecíamos três
retirantes perdidos naquela imensa planura de areia”. (p. 58);
“Havíamos
vencido cinquenta e oito km de Batalha à Barra do Ipanema, segundo os
moradores, e não havia nada para comer”. (p. 59);
“Estava assim
realizado mais um sonho de aventura e registrado em detalhes: uma pequena excursão
de Santana ate a foz do Ipanema, a pé. A primeira excursão que se tem notícia.
A excursão Ipanema. A excursão dos HOMENS DO RIO”. (p. 60);
“Entre o fogo
e o espeto, ficamos com o fogo, pelo menos estávamos em segurança”. (p.
71);
“Mais uma vez
constatamos que o problema do Nordeste não era a água”.(p. 72);
“Só existe
beleza natural em toda plenitude, do povoado Dionel, Alagoas, até a foz”. (p.
73).
Eis, meu caro
CLERISVALDO, as minhas considerações sobre sua importante obra no início
indicada.
Renovando-lhe
meus votos de PRÓSPERO ANO NOVO de 2015 com outras primícias de sua literatura,
subscrevo-me
Atenciosamente.
José Ysnaldo
Alves Paulo
-
leitor[7] -
[1] “Até agora este
é o único livro sobre o rio Ipanema, exclusivo documentário completo sobre o
mais importante acidente geográfico de Santana”. (p. 39)
[2] “Somando as
informações do diário de viagem “Os homens do rio” e mais as contidas na
primeira e na segunda parte temos um livro paradidático com o nome geral de
“Ipanema, um rio macho”. (p. 39)
[3] “Vivendo todas
as peripécias e o auge do rio, resolvemos conhece-lo melhor, percorrendo-o a
pé, das nascentes à foz”. (p. VII).
[4] “Passávamos
horas embevecidos com aquela força descomunal, viril e barrenta que causava
espanto, medo e respeito.” (p. 31)...”motivo, às vezes, de surras de
cinturão da parte de Manoel Celestino das Chagas, meu pai, ou de Helena Braga
das Chagas, minha mãe”.(p. 34)
[5] “Reunidos à rua
Delmiro Gouveia no, então, “Biu’s Bar e Restaurante”, o escritor e professor de
Geografia Clerisvaldo B. Chagas ...” (p. 39/40).
[6] “Ao chegar à
Churrascaria O Vaqueiro, o sujeito da cozinha olhou de revés para Wellington.
Este perguntou: - Você me conhece? E o danado fazendo trejeitos e gestos
lânguidos: Conheço. Você não é o filho de dona Terezinha?!”. Obs. deste
leitor: Os proprietários da Churrascaria, Lídio e Socorro, eram
empresários no ramo de hospedagem e alimentação de grande destaque na sociedade
batalhense da época. O sujeito da cozinha recebia e atendia com
naturalidade pelo cognome Raquel e era aceito pela comunidade que o
tratava com a dignidade da pessoa humana, embora sob os olhares curiosos dos
mais conservadores.
[7] Dizem que a
maior satisfação de um escritor é saber-se LIDO!!! Se assim é, não
tenha dúvida de sua consagração como tal. Meus aplausos!
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