Por Clerisvaldo B.
Chagas, 9 dezembro de 2014 - Crônica Nº
1.320
Com a palavra o escritor santanense Tadeu Rocha
“Quando Breno Accioly nasceu, o “coronel” tinha falecido há menos de um ano,
mas o prestígio do sobrado era o mesmo: a viúva assumira a direção dos negócios
e seu primeiro genro levara para a família a autoridade de Promotor Público,
que três anos depois se converteu na de Juiz de Direito da Comarca. Não era em
vão que a gente do sobrado tinha parentesco com o jurista Sérgio Loreto,
Governador de Pernambuco. A casa do “coronel” continuava sendo como ele quis em
vida ─ “O seio de Abraão” ─ hospedando governadores ou aventureiros, bispos ou
vagabundos. A enorme sala de visitas “fim do império! Com cinco portas
envidraçadas, no primeiro andar, abria-se para receber o governador Costa Rêgo
e o industrial Lionello Iona, da mesma forma que antes acolhera os governadores
Euclides Malta ou Manoel Borba, o pioneiro Delmiro Gouveia e os arcebispos
Sebastião Leme e D. Duarte Leopoldo. Mas também os humildes clube carnavalescos
da cidade, com fantasia de “morcegos” ou “negra da costa”, subiam as escadas do
sobrado e dançavam. Livremente na ampla sala de visita, desde a parede onde
ainda estava entronizado o quadro do Coração de Jesus até a outra de que pendia
um belo espelho oval “biseauté”.
Como toda casa
velha que se preza, o sobrado também possuía os seus fantasmas. Os parentes e
amigos da família contam muitas histórias de assombração que ali se passaram na
infância de Breno Accioly.
(...) E quando
a família deixava o sobrado para viajar, muitas pessoas da cidade
aglomeravam-se de noite na praça fronteira para ver as luzes que se deslocavam
por trás das cinco portas envidraçadas do primeiro andar. E havia discussão
sobre a alma penada que aproveitava a ausência da família para povoar a sala
deserta, fazer vibrar as cordas do velho piano ou acionar o veio do gramofone
para que tocasse a “Serenata de Braga” ou a valsa ‘Nid d’Amour’ em antigas
‘peças” da “Casa Edson’ ─ Rio de Janeiro”.
(ROCHA, Tadeu. Modernismo
& Regionalismo. Maceió, Oficial, 1964. pp.98:99).
CLERISVALDO B.
CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA –
CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual
Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de
Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico
Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios,
Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela
ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema
(romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval
do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do
Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário
romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos –
1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras
inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático); Deuses de
Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado (romance); O Boi, a Bota
e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema(história); Colibris do
Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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