Por Carlos Madeiro
- Do UOL, em Maceió
Uma testemunha
que presenciou toda a confusão envolvendo o juiz Marcelo Baldochi e
funcionários da TAM, no aeroporto de Imperatriz (MA), no último sábado (6),
afirmou que o magistrado não
restringiu a dar voz de prisão a três agentes, como também teria os
humilhado.
"Ele se
alterou, chamou o atendente de vagabundo, disse que eles eram uns 'merdas'. Ele
parou o aeroporto, e todo mundo se revoltou contra ele. Ele os humilhou, foi
triste", contou a mulher, que acompanhava o namorado no momento em que a
confusão ocorreu.
A testemunha
afirmou que Baldochi chegou a pedir ao atendente para que o piloto o esperasse
para embarcar, mas recebeu uma ordem negativa. "Ele então inventou lá uma
lei e disse que era desacato ao consumidor e então invadiu a área restrita da
TAM. O primeiro atendente, ele mandou ficar no cantinho da sala, dizendo que
estava preso", afirmou.
Ainda segundo
a testemunha, na saída do aeroporto, já com a chegada da Polícia Militar, os
funcionários da TAM foram conduzidos de táxi até a delegacia e não foram
algemados.
"O juiz
disse que precisava viajar com urgência para ir a um velório. Ele batia no
balcão e gritava: 'eu quero o meu dinheiro da passagem de volta em dobro'. Fez
aquilo tudo para aparecer, para abusar do poder", completou.
A testemunha
entrevistada nesta reportagem entrou em contato com o UOL via
Whatsapp (11 - 97500-1925).
O vídeo que
publicado nesta reportagem foi enviado por ela, e gravado pelo irmão – que
também estava no aeroporto no momento da confusão.
Juiz ainda não
foi à polícia
A delegada
adjunta do 3º Distrito Policial de Imperatriz (MA), Virginia Loiola, afirmou
que ainda aguarda a ida de Baldochi para dar prosseguimento às investigações
sobre o boletim de ocorrência aberto no último sábado.
Segundo a
delegada, o registro da ocorrência foi feito por telefone por um advogado
acionado por Baldochi, sem mais detalhes. "Ele pediu pra registrar o
boletim com base no artigo 76 do Código de Defesa do Consumidor. Estamos
aguardando o comparecimento do juiz para que ele dê prosseguimento ao
caso", informou.
O artigo 76
fala dos agravantes dos crimes tipificados no código e prevê punição a quem
ocasionar "grave dano individual".
Para a
delegada, ainda não está claro que tipo de crime teria sido cometido no caso.
"O avião decolou normalmente, os motores não foram desligados e o juiz foi
acomodado pela própria própria TAM", afirmou.
A delegada
afirmou que os funcionários da TAM levados à delegacia no sábado não chegaram a
prestar depoimento porque não havia queixa formal. "Eles não foram
ouvidos; apenas foi registrado o boletim. Nada mais", disse.
Segundo a
delegada, dois dos funcionários procuraram a polícia nesta terça-feira (9) para
pedir esclarecimentos, mas não prestaram boletim de ocorrência por ordem da
empresa.
"Os funcionários
estão, de certo modo, indignados porque o juiz os humilhou publicamente, mas
não prestaram queixa", disse.
O UOL conseguiu
contato com um dos funcionários detidos por ordem do juiz. Ele informou que a
empresa está à frente das ações em resposta ao juiz e que a TAM teria
solicitado que eles não dessem mais detalhes sobre o assunto.
A reportagem
ainda não conseguiu localizar o juiz Marcelo Baldochi. Uma funcionária da 4ª
Vara Cível de Imperatriz, onde o juiz é titular, informou que ele não iria comparecer
ao trabalho nesta terça-feira (4).
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/12/10/juiz-chamou-funcionario-da-tam-de-vagabundo-e-m-diz-testemunha.htm
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