Por Nilton Kleina - 22 dez 2014
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O ataque
hacker promovido pela Coreia do Norte contra a Sony Pictures por conta
do filme "A Entrevista" está se desenrolando
como um conflito político internacional. Agora, chegou a vez do país asiático
responder com uma declaração de possibilidade de retaliação militar.
De acordo com
a agência de notícias de Pyongyang, a Coreia do Norte alega ter
"evidências claras" de que a Casa Branca envolveu-se diretamente na
produção do roteiro difamatório de "A Entrevista" — e, por isso, o
símbolo político mais tradicional dos Estados Unidos seria um alvo de ataques
militares.
O relato cita
que o país foi alvo de "uma ciberguerra surpreendentemente sofisticada,
destrutiva e ameaçadora" e chama o filme de "não desejado e reacionário".
O país elogia os terroristas, mas alega que eles são somente simpatizantes às
causas da Coreia do Norte, não encomendados pelo governo em si.
"Nossos
alvos são todas as cidades dos Estados Unidos imperialista, que têm o mais
amargo rancor por parte de todos os coreanos. O exército e as pessoas da
República Popular e Democrática da Coreia estão totalmente prontos para entrar
em confronto com os EUA em todos os espaços de guerra, incluindo o digital,
para explodir todas essas cidadelas. Nosso contra-ataque mais firme será
duramente direcionado contra a Casa Branca, o Pentágono e todo o território
norte-americano, que são a fossa do terrorismo", diz o comunicado.
Essa não é a
primeira ameaça que a Coreia do Norte faz contra os Estados Unidos: Kim
Jong-Il, pai do atual líder e ditador anteriormente no poder no país, vivia
realizando testes e avisando que Washington (ou a Coreia do Sul, bem mais
perto, mas que também não sofreu ataques) seria seu próximo alvo. Agora,
entretanto, a situação é um pouco diferente e já mais avançada devido ao ataque
digital.
Conflito
mundial
Depois do
cancelamento da distribuição do filme e das declarações do FBI e de Barack
Obama sobre o caso (agora, ele alega que vai rever os resultados das
investigações e não fala mais em ato de guerra), outros países manifestaram-se.
Para começar, a China lançou um comunicado mais em cima do muro, partindo para
um discurso "Deixa disso, galera!" e tentando evitar um conflito
maior.
"Qualquer
nação civilizada deve se opor a ataques hackers ou ameaças terroristas. Porém,
um filme como "A Entrevista", que faz graça de um líder de um inimigo
dos EUA, não é nada de se orgulhar para Hollywood ou a sociedade
norte-americana. (...). Não importa como a sociedade dos EUA olha para a Coreia
do Norte e Kim Jong-Un, Kim ainda é o líder daquele país. A zombaria viciosa de
Kim é resultado apenas de arrogância e falta de senso cultural".
Já a Coreia do
Sul passa por momentos de tensão. Dados de plantas de uma usina nuclear foram
postados online e uma ameaça enviada ao órgão responsável exigia o desligamento
de três reatores durante o Natal. O país está em uma investigação dura para
descobrir a fonte desse ataque e do hack contra a Sony Pictures, que
aparentemente foi obra de uma gangue local.
FONTE(S)
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