Por Clerisvaldo B.
Chagas, 31 de dezembro de 2014 - Crônica Nº
1.335
Dona Maria,
gente boa, esposa do alfaiate mais antigo que conheci na minha terra, Seu
Quinca, morava bem perto da antiga Travessa Antônio Tavares. À esquerda da
entrada, ficavam os manequins e balcão usados pelo calado profissional. Usava
chapéu de pano à moda francesa. Sua esposa, Dona Maria, procurava melhorar a
renda vendendo revistas, aguardadas semanalmente com ansiedade pelos leitores e
leitoras da praça. Revistas de notícias como O Cruzeiro, e outras de
novelas como Idílio, Capricho, Contigo e mais gibis como Bolinha, Luluzinha, O
Fantasma, Tarzan e várias outras, deixavam a casa de Dona Maria de Seu
Quinca sempre visitada e cheirosa de papel novo e tinta impressa.
Foto:
(guiadealagoas.blogspot.com)
Houve tempo em
que vinham também figurinhas de jogadores, dentro de pequenas embalagens de
confeito, coisa chamada lá no Sudeste de bala doce. Comprávamos as balas e
saíamos trocando com outros meninos as duplicatas. As figurinhas formavam times
completos de futebol: América, Vasco, Olaria, Piracicaba, Bangu, Palmeiras,
Flamengo e outros, até formar o álbum único com todos os jogadores. O
atleta mais difícil de encontrar era Ademir, do Vasco, o maior da época. A moda
que pegou entre a rapaziada era muito forte. Havia gente trocando figurinhas na
cidade, em todos os bairros.
A maior expectativa
era a da hora de abrir a embalagem da bala. Todos queriam jogadores raros.
Havia, contudo, elementos que saíam direto, chegam enjoava. Penso que os
piores. Como era grande a satisfação de encontrar um jogador de excelente
qualidade! Coisa rara e gratificante.
Assim ocorre
com os nossos dirigentes estaduais e mesmo municipais. No estado de Alagoas
temos uma fileira dos péssimos que vêm desde o após excelente Guilherme
Palmeira. Meu pai, homem simples e sábio, dizia que “bom administrador, é
como cavalo bom, longe um do outro”. E após o governo Guilherme Palmeira
só passa pelo palácio cavalo chotão.
Nesse último
dia do usineiro zero à esquerda, é acompanhado do já vai tarde! Nova
bala doce na mão, o alagoano pergunta aos céus quem será o próximo jogador. Um
novo Ademir ou o último da fila...? Isto é, um novo Guilherme ou outro péssimo
da matemática. Amanhã, abriremos a figurinha.
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