sexta-feira, 28 de novembro de 2014

JARDIM DE INFÂNCIA

POR FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

JARDIM DE INFÂNCIA

No meu jardim de infância,
Tinha uma palmatória escondida,
Ação da metodologia de ensino...
Pancadas nas mãos para aprender a lição.

Eita mundo cão,
Quem não aprendia,
Matemática, história, português, geografia,
Apanhava como gente grande para dar a lição.

Era cassete com as duas mãos,
Apanhava da professora com raiva ou contente,
Com ou sem razão...
E do colega inteligente.

Todo e qualquer planejamento,
Passava pela régua ou palmatória,
Naquela época “educacional”,
Para poder contar sua história.

Não adiantava ser bonzinho,
Tinha que ser estudioso e educado,
Saber na ponta da língua,
Tudo que lhe fosse perguntado.
  
Os castigos e punições aos coitados,
Dependia da histeria da professora,
O bilhete em termos de fuxico
Aos pais era enviado.

Apanhava na escola,
Não tinha outra condição,
Chorava o calvário da ida e da volta,
Para casa que tinha outra punição.

Aqui o aluno nunca tinha razão,
O aluno aplicado batia sem pena,
A mando da professora histérica...
Cena de sofrimento e punição .

Em casa a corda de agave,
Já o esperava para completar,
Do dia de aula, a aflição.
O pau cobria com ou sem razão.

Aqui não tinha choro,
Nem vela...
O nego podia fazer promessa...
Tudo terminava no couro.
  
Histeria de ensinagem,
Metodologia do medo...
Inclusão do horror,
Principio e fim daquela aprendizagem.

A criança tinha tarefa escolar...
Tarefa do dever de casa...
Saber tudo e muito mais...
E ainda tinha o que fazer no lar.

Tudo era sofrimento,
Tortura anunciada...
Com ou sem argumento,
E a isso se chama educação qualificada...

Era escola da loucura...
Saber sem viés...
Sem fundamento...
Isso era tortura.


Enviado pelo escritor Francisco de Paula Melo Aguiar

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