Por Clerisvaldo B.
Chagas, 25 de abril de 2014 - Crônica Nº
1.175
A estrada
larga de terra conduz o viajante de Batalha a Belo Monte, em Alagoas. Nas
imediações da última cidade, a estrada se bifurca e um ramal mais estreito,
também de terra, forrado de pedregulhos, leva até ao povoado ribeirinho do São
Francisco, Barra do Ipanema.
ENTARDECER
NO RIO SÃO FRANCISCO. Foto: Clerisvaldo.
A paisagem
bruta da região é composta de caatinga em forma de arbustos e cactáceas em solo
rochoso, exposto e quebradiço. A beleza selvagem situa-se numa área de terras
pouco povoada onde ainda não se encontra informantes com facilidade.
O povoado
Barra do Ipanema tem uma praia bonita, a mais bela entre outras de Piranhas a
Belo Monte. Ali a vida passa devagar com se ainda navegasse no início do século
XX. Ótimo lugar para quem procura alguns dias ou semanas de descanso. O rio São
Francisco ainda é o principal atrativo e sustentáculo econômico do povoado. A
comunicação através de canal de TV, não inclui nenhum do próprio estado. Quando
alguém adoece, é levado nas embarcações do rio até a cidade sergipana de Porto
da Folha. Ao atingir uma fase da escola ausente na Barra, a saída é estudar na
sede, em Belo Monte, cuja localização fora do eixo sertão/capital, só vai quem
tem negócio.
A
MELHOR PRAIA DA REGIÃO. Foto: Clerisvaldo.
Na Barra do
Panema os jovens sentem a necessidade de uma ocupação e se vêm sem perspectivas
nenhuma. A “pelada” no campinho de várzea, ali na foz do Ipanema, funciona como
um bálsamo para o atraso e o esquecimento dos dirigentes municipais. A igreja
de Nossa Senhora dos Prazeres, no alto do morro dentro do rio São Francisco,
parece há anos parada em sua reforma. Para as mocinhas da cidade, ou migrar ou
casar e repetir o ciclo de marasmo do lugarejo. Para os rapazes, ou saírem para
estudar e trabalhar em cidades médias e capitais ou tornarem-se pescadores e
envelhecerem de tarrafa na mão.
25
- RIO S. FRANCISCO 22 DE ABRIL 2014
Nada,
absolutamente nada, faz quebrar a vagareza da Barra. E aquele potencial
turístico com a praia mais bela, ótima para banho; o morro da santa; as trilhas
na caatinga; as histórias de Lampião; a culinária local; a navegação calma do
“Velho Chico” e as lendárias cheias do rio Ipanema, ainda hoje aguarda um
governante que queira transformar esse potencial em riqueza para o seu povo.
Como os homens são fracos em suas responsabilidades! BARRA DO IPANEMA – BELEZA
E SOLIDÃO.
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