terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TRADIÇÃO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 17 de dezembro de 2013 - Crônica Nº 1107



A história de um lugar pode morrer se não tiver alguém dedicado a consolidá-la e transmiti-la. No bojo dos vários nuances que se apresentam, importantes são as denominações populares dos pontos de referências, tanto rurais quanto urbanos. Daqui de Maceió vou relembrando os nomes de algumas elevações que circundam Santana do Ipanema. O serrote do Gonçalinho é sempre um monte que procuro trazer em todos os meus escritos sobre Santana. O próprio escritor Oscar Silva contava um fato escabroso acontecido naquele serrote. Após a instalação de antena para rádio e televisão, o povo passou a chamar o monte de serra da Micro Ondas ou do Cristo porque alguém ali colocara uma pequena estátua do Cristo. O morro da Goiabeira virou serrote do Cruzeiro desde a passagem do século XIX para o XX, quando ali ergueram um cruzeiro de madeira para marcar a passagem de século. E, na parte norte, o morro do Pelado passou a se chamar Alto da Fé, quando o prefeito da época, Genival Tenório, inventou colocar três imagens religiosas no topo e que não deu certo.

Mesmo assim, para que a população não esqueça a sua história vou sempre dizendo sobre o Gonçalinho, Goiabeira e Pelado.

Os outros montes, não. Continuam chamados como os nossos antepassados chamavam-nos: Serra Aguda, Remetedeira, Poço, Camonga, Macacos, Gugi, Pau Ferro, Caracol, Lagoa, Bois, França, Severiano, Brás e outros.  Quanto a atual reserva ecológica do cidadão Alberto Nepomuceno Agra, estava sem referência, até que o senhor José Urbano que possuía terras na região, a denominava serrote Pintado. A exposição esbranquiçada de lajeiro no meio da mata, pintou esse nome.

Dentro da própria urbe, encontramos também lugares que se consolidaram como Alto dos Negros, Cajarana, Cajaranas, Cachimbo Eterno, Bebedouro, Maniçoba, Barragem, Lagoa do Junco e Lajeiro Grande; belíssimas expressões populares que não se deve mexer. Cada expressão é uma história particular que se encaixa no todo da memória santanense.

E para encerrar, lembremos o antigo povoado Quixabeira Amargosa que virou São Félix e nem sequer em placa nenhuma consta a antiga denominação como se fosse coisa pejorativa. Já o povoado Areias Brancas virou Areia Branca, simplesmente porque algum engravatado sem base nenhuma como provam as nossas pesquisas (O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema) prova.  Ah, juventude! Ah, Juventude! Por que as escolas não passam à TRADIÇÃO?

Autobiografia
CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA 
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA 

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.

Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

 

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).

Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia) 

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2013/12/tradicao.html 


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